6.08.2010

Medicamento eleva sobrevida de pacientes com câncer de pele

Estudo divulgado neste fim de semana no congresso da Associação Americana de Oncologia Clínica mostra, pela primeira vez, uma droga capaz de aumentar a sobrevida de pacientes com melanoma em estágio avançado.

Esse tumor é responsável por mais de 80% das mortes causadas por câncer de pele. A descoberta deve mudar o tratamento dessa doença. A última droga aprovada para tratar melanoma, há 12 anos, não traz benefício algum para 85% dos pacientes.

Hoje, os medicamentos disponíveis para melanoma avançado (que apresenta metástases), quando geram benefícios, dão cerca de nove meses de sobrevida.

A nova droga, ipilimumab, deu em média dois anos de sobrevida aos participantes do estudo. Alguns sobreviveram por quatro ou mais anos.

Em 30% dos que usaram a droga, o melanoma não progrediu por seis meses. Outros remédios atingem esse resultado só em 10% dos doentes.

Conduzido por Stephen Hodi, do Dana-Faber Cancer Institute, em Boston, e por Steven ODay, do instituto The Angeles, Califórnia, o estudo envolveu 676 doentes, em 125 centros de 13 países.

O oncologista José Segalla, diretor de ensino e pesquisa do Hospital do Câncer Amaral Carvalho, de Jaú (SP), diz que o medicamento traz novas esperanças.

Para Segalla, os resultados são significativos, mas é preciso investigar os benefícios e riscos da droga em longo prazo. Foram observados efeitos colaterais importantes, como infecções de pele.

"Até o momento, esses efeitos se mostraram relativamente controláveis, e os benefícios da droga superam os riscos", diz Segalla.

SEM VACINA

O ipilimumab atua no sistema de defesa. Ele impede a liberação de uma substância que bloqueia as células de defesa. Isso acelera e potencializa a produção de células que atacam o tumor.

"É uma forma diferente de manipular o sistema imunológico para fazer o corpo atacar o tumor", diz Hodi.

A pesquisa investigou a ação do ipilimumab isoladamente e em associação com uma vacina para melanoma. Mas esse uso combinado não melhorou os resultados.

"A comunidade científica e os leigos têm um desejo grande de que vacinas para o câncer sejam descobertas, mas isso não está acontecendo. Uma das conclusões indiretas da pesquisa do ipilimumab é que a vacina para o melanoma não funciona",

Tv Ponta Negra

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