Liberação de medicamento acontece cinco anos após um escândalo científico desbancar a posição de liderança do país em pesquisas com células-tronco
Células-tronco: o novo medicamento marca o retorno da Coreia do Sul às pesquisas, cinco anos depois de um escândalo científico no país (Thinkstock)
A liberação do medicamento acontece cinco anos depois de um escândalo científico ter desbancado a posição de liderança do país em pesquisas com células-tronco. À época, o cientista Hwang Woo-suk foi acusado de fraude após manipular dados importantes em um estudo sobre clonagem de células-tronco.
“Essa é a primeira medicação de células-tronco aprovada para o uso clínico não apenas na Coreia do Sul, mas em todo o planeta”, diz Song Jae-Mann, presidente do Hospital Universitário de Yonsei, onde os testes foram conduzidos. “A expectativa é de que isso acelere as pesquisas com células-tronco no mundo”, diz.
De acordo com Oh Il-hwan, professor de biologia molecular da Universidade Católica de Medicina de Seul, a aprovação do medicamento marca a abertura do governo para o desenvolvimento progressivo das pesquisas com células-tronco. “Esperamos que esse campo se torne mais flexível a partir de agora”, diz.
Células-tronco - Elas são células encontradas em embriões, no cordão umbilical e em tecidos adultos, como o sangue, a medula óssea e o trato intestinal, por exemplo. Ao contrário das demais células do organismo, as células-tronco possuem grande capacidade de transformação celular, e por isso podem dar origem a diferentes tecidos no organismo. Além disso, as células-tronco têm a capacidade de auto-replicação, ou seja, de gerar cópias idênticas de si mesmas.
No caso do tratamento da Coreia do Sul, as células usadas são somáticas - e não embrionárias. O uso de células-tronco somáticas em tratamentos não é uma novidade para pacientes que não respondem bem às terapias convencionais. Países como os Estados Unidos e a Alemanhã estão usando esse tipo de tratamento em pesquisas. O diferencial da Coreia do Sul, no entanto, é que seu tratamento teria se mostrado bom o suficiente para sair do campo da pesquisa e ser aprovado para uso clínico.
Controvérsia - Apesar de aprovada pelo órgão sanitário local, a medicação ainda não foi analisada por pesquisadores independentes. Segundo Oh Il-hwan, tanto essa lacuna na análise quanto o número insuficiente de testes sobre a eficácia da medicação foram decepcionantes e acabaram colocando na corda bamba o que poderia vir a ser considerado um avanço indiscutível.
(Com agência Reuters)
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