Segundo OMS, advertências nos maços estão em vigor em 19 países
Fumo: quase 28% da população mundial está exposta a campanhas massivas antitabaco nacionais (Thinkstock)
"Se a tendência mundial se mantiver, em 2030 o tabaco matará mais de 8 milhões de pessoas ao ano, e 80% destas mortes prematuras serão registradas nos países de renda baixa e média."
Cerca de 3,8 bilhões de pessoas – ou pouco mais da metade da população mundial – se beneficia de pelo menos uma das medidas contra o tabaco promovidas pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Os dados foram divulgados nesta quinta-feira pelo órgão em seu terceiro informe sobre tabagismo, Informe OMS sobre a epidemia mundial de tabagismo 2011, lançado no Uruguai.
As advertências sanitárias nos maços de cigarros protegem mais de um bilhão de pessoas em 19 países, quase o dobro que há dois anos, com 28% da população mundial exposta a campanhas massivas contra o fumo. O levantamento demonstra que os avisos com imagens nos maços de cigarros são mais efetivos do que aqueles que contêm apenas texto, especialmente nos países com taxas de alfabetização baixas. A recomendação é que as imagens sejam renovadas periodicamente, para que o efeito seja mantido.
O tamanho da advertência também aumenta sua efetividade, sustenta a OMS. Segundo o órgão, os países que determinaram a obrigatoriedade de se incluir imagens maiores nos maços de cigarros são Uruguai (80% da superfície), México (65%) e Maurício (65%).
No Canadá, o primeiro país a introduzir grandes advertências nos maços, em 2001, três em cada 10 ex-fumantes afirmam que elas os motivaram a abandonar o cigarro e mais de um quarto ressaltaram que as advertências ajudaram a não voltar a fumar. Comportamentos similares foram observados na Austrália, Brasil, Cingapura e Tailândia. A OMS recomenda ainda incluir nos maços de cigarros dados sobre os serviços que ajudam a parar de fumar.
Adesão — Desde 2009, data da publicação do último informe do órgão, 23 países fortaleceram o monitoramento do consumo de tabaco. Em relação à publicidade, a OMS destaca que, entre 2008 e 2010, Chade, Colômbia e Síria aprovaram amplas proibições à promoção e ao patrocínio de cigarros.
Assim, quase 28% da população mundial (1,9 bilhão de pessoas em 23 países) está exposta a campanhas nacionais antitabaco massivas e que seguem as recomendações do Convênio Marco da OMS para o Controle do Tabaco (CMCT), vigente desde fevereiro de 2005 e aprovado por 174 países.
Atualmente, há 19 países e 425 milhões de pessoas (6% da população mundial) "totalmente protegidas das táticas de marketing da indústria, 80 milhões a mais que em 2008", segundo o relatório. Destes, 15 são de renda média ou baixa. Outros 101 países proíbem a publicidade impressa, televisiva ou de rádio e outros tipos de publicidade direta ou indireta, algo que a OMS considera ainda insuficiente.
Cerca de 38% dos países (74 no total) não têm nenhuma restrição à publicidade de cigarros, ou têm restrições mínimas. Por sua vez, nos últimos dois anos aumentou para 31 a quantidade de países que protegem fortemente a exposição à fumaça do tabaco, o que engloba mais de 739 milhões de pessoas (11% da população mundial). Outras 210 milhões de pessoas estão protegidas por leis estatais, como ocorre no Brasil e nos Estados Unidos.
A OMS adverte que o tabaco continua sendo a maior causa mundial de mortes evitáveis, matando a cada ano quase 6 milhões de pessoas. "Se a tendência mundial se mantiver, em 2030 o tabaco matará mais de 8 milhões de pessoas ao ano, e 80% destas mortes prematuras serão registradas nos países de renda baixa e média."
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