Drogas relacionadas à SRT-1720 estão agora em fase de ensaios clínicos em humanos. A descoberta "demonstra pela primeira vez a possibilidade de projetar novas moléculas que são seguras e eficazes na promoção da longevidade e prevenção de várias doenças relacionadas à idade em mamíferos", escreveram o médico e sua equipe na edição de quinta-feira da revista "Scientific Reports", segundo reportagem publicada no "New York Times". Suas conclusões sustentam afirmações que haviam sido postas em dúvida por um estudo anterior que era crítico ao SRT-1720.
Um remédio que pode acabar incentivando as pessoas a não se preocuparem com a obesidade preocupa alguns críticos. Mas a lógica por trás da pesquisa é diferente: os cientistas estão tentando capturar os benefícios que permitem a camundongos submetidos a dietas de baixa caloria a viver mais. Isso porque esses benefícios são muito mais fáceis de serem demonstrados em camundongos que passam por estresse fisiológico, como a obesidade, do que em camundongos normais.
- A droga poderia ser usada como preventivo para evitar doenças, mas eu não acho que será uma desculpa para abusar dos limites do seu corpo - disse ao "New York Times" David Sinclair, biólogo da Harvard Medical School e copresidente do conselho científico da Sirtris, que desenvolveu o SRT-1720.
A empresa, uma pequena farmacêutica, desenvolveu a SRT-1720 e uma série de drogas similares para copiar o resveratrol - o ingrediente do vinho tinto que, acredita-se, ativa proteínas protetoras chamadas sirtuínas.
As sirtuínas ajudam a aumentar em cerca de 30% o tempo de vida de camundongos e ratos que são mantidos numa dieta de baixa caloria. Já que poucas pessoas podem se manter numa dieta tão rigorosa, os pesquisadores esperavam que as doses de resveratrol poderiam garantir um caminho sem dor para a saúde e longevidade significativamente maior.
Mas grandes doses de resveratrol ainda precisam demonstrar algum efeito, já que imitadores químicos como o SRT-1720 foram desenvolvidos para ativar sirtuínas em doses muito menores.
Os pesquisadores descobriram que o SRT-1720 oferece benefícios substanciais aos animais gordos, sem sinais de toxicidade.
- Esta é uma boa evidência de que este composto tem um efeito positivo sobre a fisiologia do animal obeso, e que é definitivamente promissora para os seres humanos - disse ao jornal americano Jan Vijg, especialista em envelhecimento do College of Medicine Albert Einstein, no Bronx, EUA.
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