Oftalmologista treina médicos em áreas remotas para combater doenças como a catarata
Associated Press
PADANG SIDEMPUAN - A Indonésia, que abriga uma das
maiores populações de cegos do mundo, foi a nova parada de Sanduk Ruit,
cirurgião oftalmologista nepalês que viaja às regiões mais pobres da
Ásia realizando procedimentos básicos - e gratuitos - capazes de
devolver a visão a alguns pacientes.
Binsar Bakkara/AP
Pacientes aguardam procedimento para retirada da catarata
Durante suas viagens recentes, ele conseguiu treinar seis médios da Tailândia, de Cingapura e da Indonésia, onde, em oito dias, realizou mais de 1,4 mil procedimentos de catarata no início de novembro.
"Temos só uma vida, e ela é bem curta. Sou abençoado por ter essa oportunidade", disse Ruit, que comanda um centro oftalmológico em Katmandu, capital do Nepal. "O mais importante é a prática, levar a ideia às outras pessoas", afirmou.
Ruit é apenas um, mas fez a diferença para aqueles que conseguiu atender. E foram muitos. Os pacientes eram provenientes das regiões mais remotas da Indonésia, pegando horas de estradas ou barcos lotados com a esperança de que o procedimento cirúrgico devolva sua visão. Muitos deles eram idosos e precisaram de ajuda para chegar aos dois hospitais de Sumatra, onde foram estabelecidos os centros de atendimento.
Os pacientes acamparam até fora dos hospitais, dormindo em abrigos militares e recebendo doações de alimentos. Muitos deles haviam perdido a esperança de voltar a enxergar, mas sorriram depois que os curativos eram retirados. "Fui cega por três anos, e é bem ruim. Antes, eu trabalhava em uma farmácia, mas depois não podia mais", disse Arlita Tobing, de 65 anos, que passou pela cirurgia e pode ver novamente.
A catarata é uma das principais causas da cegueira no mundo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que a maioria dos 20 milhões de pessoas afetadas pela doença viva em países pobres.
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