11.30.2012

Programação Fetal



O termo programação fetal refere-se ao processo pelo qual um estímulo ou insulto, quando ocorrido no período crítico do desenvolvimento, tem efeitos permanentes sobre a estrutura e as funções do organismo. Isso ocorre devido à plasticidade e sensibilidade a alterações do ambiente. 

Esse período crítico do desenvolvimento, para a maioria dos órgãos e sistemas humanos, ocorre especialmente na fase intrauterina. Nesta fase, a plasticidade do organismo requer uma modulação estável da expressão de genes, mediada principalmente por mecanismos epigenéticos, como metilação do DNA (ácido desoxirribonucleico) e modificações em histonas. Dessa maneira, o genoma (paterno e materno) e o epigenoma determinam a sensibilidade a fatores ambientais e o posterior risco de doenças.

Assim, a influência do ambiente intrauterino sobre a saúde do feto é explicada pelo conceito de programação fetal, no qual fez surgir a “origem fetal das doenças dos adultos”, também conhecida como a hipótese de Barker.  

Na fase intrauterina, as mães transmitem informações do ambiente externo, como o seu estado nutricional, através da placenta, e aos lactentes, através da lactação. Diversos estudos demonstraram que o crescimento do feto é o resultado do tamanho corpóreo da mãe e do fornecimento materno de nutrientes. A desnutrição no período fetal ou neonatal pode programar o indivíduo para um aumento ou preservação dos estoques de gordura corporal ao longo da vida. 

Neste sentido, as respostas fetais ou perinatais influenciam mudanças no metabolismo, produção hormonal, sensibilidade tecidual aos hormônios que afetam o desenvolvimento de vários órgãos, levando a alterações persistentes na homeostase metabólica dos filhos.

Portanto, esses conceitos demonstram a importância do questionamento e incentivo de estilo de vida materno mais saudável a fim de evitar doenças e garantir um melhor estado nutricional para seus descendentes.

Autora: Rita de Cássia Borges de Castro

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