Elas encontraram o amor na idade da loba e esperam ser felizes para sempre
Aos 20, o frescor da juventude: frio na barriga, calor no resto do corpo e, se possível, muita quantidade. Aos 30, a galera dá uma sossegada: grande parte julga ter encontrado a tampa da panela com quem se casa e começa uma família. Aos 40, muitas já se separaram e estão se preparando para voltar ao mercado amoroso. Outras não chegaram ao altar. Conheça as histórias de mulheres que encontraram o amor na casa dos enta e esperam ser felizes para sempre.
Eles se conheceram no intervalo de uma peça de teatro. O economista Toni, 51, viu a dentista Mara, 46, na bomboniere. "Ele se aproximou e puxou um assunto qualquer sobre a peça. Antes de voltarmos a nos sentar, ele pediu meu telefone e eu dei. Três dias depois, fomos jantar fora", lembra Mara, contando que a paquera evoluir rápido e o namoro também. "Casamos em menos de um ano. Não tinha por que esperar! As pessoas esperavam uma cerimônia simples, mas fiz questão de tudo a que eu tinha direito: casei na igreja de noiva!", revela Mara que acredita ter enfim encontrado o amor da sua vida. "O negócio é não desistir de achar o seu par. Para o amor, a idade não conta", garante ela, com conhecimento de causa.
Em casas separadas
Ela estava divorciada, mãe de filho criado. Ele, cinco anos mais velho, tinha ficado viúvo há pouco mais de um ano e suas duas filhas não aguentavam mais vê-lo só. "Ele deu em cima, mas logo percebi que ele estava precisando de um bom colo. E dei!", conta a funcionária pública Soraia, hoje com 55 anos, casada há dez. "Somos casados no papel e usamos aliança, mas temos duas casas. Mesmo estando quase sempre juntos, cada um quis manter o seu espaço", revela, lembrando que, depois de certa idade, fica difícil abrir mão do que já construiu. "Ele é um excelente companheiro e acredito que vamos envelhecer juntos", diz Soraia.
A médica Rose J., 48, achava que tinha fechado a panela do amor quando reencontrou um amigo do passado. "Foi por acaso. Nos encontramos em uma festa de um amigo em comum e conversamos a noite toda. Trocamos telefones, saímos para jantar e tudo começou", conta ela, que vem se sentindo como se tivesse 18 anos outra vez. "É tudo igual: cinema, brigas! Ele tem muito ciúme de mim", revela, aos seis meses de namoro. "Se tudo continuar como está, temos planos de morar sob o mesmo teto", anuncia, contando com o apoio dos três filhos dela e da filha dele. "Seremos uma grande família", acredita.
Amor sem idade
Segundo a psicóloga Sabrina Dotto Billo, o amor não tem idade. "O amor depois dos 40, como tudo na vida, tem seus prós e contras. Por um lado, pode ser que o amor seja um ‘gato escaldado' e as pessoas tenham mais dificuldade para se envolver. Por outro lado, as pessoas estão mais carentes", pondera a psicóloga, para quem a paixão, esta sim, tem idade. "Os hormônios desenvolvidos durante o apaixonamento, aqueles que causam ‘frio na barriga' e fazem o coração bater mais forte, duram de 12 a 30 meses (período suficiente para copularmos). A partir de então a freqüência é cada vez menor", explica Sabrina, lembrando ainda que o que fica é o amor.
Para a psicóloga, depois dos 40 são mais valorizados fatores como o companheirismo, a convivência e o desejo de construir uma vida juntos. "O que acontece muitas vezes é que, em relacionamentos entre pessoas de mais de 40 anos, não há uma paixão avassaladora, mas em compensação isso pode fazer com que a relação seja mais duradoura", afirma a psicóloga, explicando que o amor depois dos 40 se baseia no que o outro é e não no que idealiza-se que ele seja. "Não é raro que um casal depois dos 40 possa ‘pular a etapa' da paixão e viver direto o amor, valorizando o companheirismo e convivência", conclui.
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