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Percentual de crianças na escola subiu de 25,8% para 40,7%, entre 2001 e 2011
O processo de expansão da escolarização básica no Brasil só começou em meados do século XX
Percentual de crianças na escola subiu de 25,8% para 40,7%, entre 2001 e 2011
Educação no Brasil
Espera-se que a educação no Brasil resolva, sozinha, os problemas sociais do país. No entanto, é preciso primeiro melhorar a formação dos docentes, visto que o desenvolvimento dos professores implica no desenvolvimento dos alunos e da escola.
O processo de expansão da escolarização básica no Brasil só começou em meados do século XX
Ao propor uma reflexão sobre a educação brasileira, vale lembrar que só
em meados do século XX o processo de expansão da escolarização básica
no país começou, e que o seu crescimento, em termos de rede pública de
ensino, se deu no fim dos anos 1970 e início dos anos 1980.
Com isso posto, podemos nos voltar aos dados nacionais:
O Brasil ocupa o 53º lugar em educação, entre 65 países avaliados
(PISA). Mesmo com o programa social que incentivou a matrícula de 98% de
crianças entre 6 e 12 anos, 731 mil crianças ainda estão fora da escola
(IBGE). O analfabetismo funcional de pessoas entre 15 e 64 anos foi
registrado em 28% no ano de 2009 (IBOPE); 34% dos alunos que chegam ao
5º ano de escolarização ainda não conseguem ler (Todos pela Educação);
20% dos jovens que concluem o ensino fundamental, e que moram nas
grandes cidades, não dominam o uso da leitura e da escrita (Todos pela
Educação). Professores recebem menos que o piso salarial (et. al., na
mídia).
Frente aos dados, muitos podem se tornar críticos e até se indagar com
questões a respeito dos avanços, concluindo que “se a sociedade muda, a
escola só poderia evoluir com ela!”. Talvez o bom senso sugerisse
pensarmos dessa forma. Entretanto, podemos notar que a evolução da
sociedade, de certo modo, faz com que a escola se adapte para uma vida
moderna, mas de maneira defensiva, tardia, sem garantir a elevação do
nível da educação.
Logo, agora não mais pelo bom senso e sim pelo costume, a “culpa”
tenderia a cair sobre o profissional docente. Dessa forma, os
professores se tornam alvos ou ficam no fogo cruzado de muitas
esperanças sociais e políticas em crise nos dias atuais. As críticas
externas ao sistema educacional cobram dos professores cada vez mais
trabalho, como se a educação, sozinha, tivesse que resolver todos os
problemas sociais.
Já sabemos que não basta, como se pensou nos anos 1950 e 1960, dotar
professores de livros e novos materiais pedagógicos. O fato é que a
qualidade da educação está fortemente aliada à qualidade da formação dos
professores. Outro fato é que o que o professor pensa sobre o ensino
determina o que o professor faz quando ensina.
O desenvolvimento dos professores é uma precondição para o
desenvolvimento da escola e, em geral, a experiência demonstra que os
docentes são maus executores das ideias dos outros. Nenhuma reforma,
inovação ou transformação – como queira chamar – perdura sem o docente.
É preciso abandonar a crença de que as atitudes dos professores só se
modificam na medida em que os docentes percebem resultados positivos na
aprendizagem dos alunos. Para uma mudança efetiva de crença e de
atitude, caberia considerar os professores como sujeitos. Sujeitos que,
em atividade profissional, são levados a se envolver em situações
formais de aprendizagem.
Mudanças profundas só acontecerão quando a formação dos professores
deixar de ser um processo de atualização, feita de cima para baixo, e se
converter em um verdadeiro processo de aprendizagem, como um ganho
individual e coletivo, e não como uma agressão.
Certamente, os professores não podem ser tomados como atores únicos
nesse cenário. Podemos concordar que tal situação também é resultado de
pouco engajamento e pressão por parte da população como um todo, que
contribui à lentidão. Ainda sem citar o corporativismo das instâncias
responsáveis pela gestão – não só do sistema de ensino, mas também das
unidades escolares – e também os muitos de nossos contemporâneos que
pensam, sem ousar dizer em voz alta, “que se todos fossem instruídos,
quem varreria as ruas?”; ou que não veem problema “em dispensar a todos
das formações de alto nível, quando os empregos disponíveis não as
exigem”.
Enquanto isso, nós continuamos longe de atingir a meta de alfabetizar
todas as crianças até os 8 anos de idade e carregando o fardo de um
baixo desempenho no IDEB. Com o índice de aprovação na média de 0 a 10,
os estudantes brasileiros tiveram a pontuação de 4,6 em 2009. A meta do
país é de chegar a 6 em 2022.
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