11.30.2012

Abbas celebra votação na ONU e fala em independência da Palestina

Organização concedeu status de Estado observador ao território

AFP

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O presidente Mahmud Abbas qualificou de "passo histórico para a independência" a votação da Assembleia Geral das Nações Unidas que nesta quinta-feira concedeu à Palestina o status de Estado observador da ONU.

Abbas, que antes da votação havia chamado o status de "certidão de nascimento" do Estado palestino, admitiu que ainda há "um longo caminho" pela frente e propôs ao Hamas, que domina a Faixa de Gaza, o fim das divisões.

Abbas foi apresentado pelo chanceler da Turquia, Ahmet Davutoglu, como "presidente do Estado da Palestina", durante uma recepção em Nova York após a histórica votação.

"Certamente hoje é um dia histórico. Hoje demos um passo para a independência da Palestina", disse Abbas para diplomatas e jornalistas. "Amanhã começaremos a verdadeira guerra. Temos um longo e difícil caminho para percorrer. Não quero omitir a vitória de hoje, mas o caminho pela frente é difícil".

"Estamos comprometidos em obter nossos direitos através da paz e de negociações e não temos medo de continuar realizando qualquer esforço possível para atingir nosso objetivo de forma pacífica".

"Internamente, os palestinos têm uma ferida, a divisão, e agora é o momento de acabar com isto, é o momento da reconciliação entre os palestinos", concluiu Abbas.

Palestinos comemoram com tiros e fogos de artifício

Tiros de fuzil automático para o ar, fogos de artifícios e abraços: as ruas palestinas acolheram com euforia a ascensão da Palestina, na noite de quinta-feira, ao status de Estado observador não-membro das Nações Unidas.

"Estou tão feliz, não consigo usar palavras para exprimir meus sentimentos. É um pouco como se tivemos saído de um longo túnel. Ter um Estado palestino nos une novamente", disse Leila Jalman, uma Américo-Palestina, no meio da multidão reunida na praça Yasser Arafat em Ramallah.

Leila segurava dois retratos: o do presidente Mahmud Abbas e outro de seu antecessor, Arafat, líder histórico do movimento nacional palestino.

No momento em que, no auditório da Assembleia Geral em Nova York, o placar eletrônico exibia "138 a favor, 9 contra, 41 abstenções", a alegria explodiu em Ramallah e na faixa de Gaza. "Allah Akbar" (Deus é grande), cantou a multidão.

Os tiros tomam conta de Ramallah, os carros buzinam nas grandes ruas de Jerusalém-Leste anexada, e, em Belém, na Cisjordânia, os sinos das igrejas tocaram para marcar o acontecimento.

Fogos de artifícios das cores palestinas, vermelho, verde, preto e branco, iluminam o céu da velha cidade de Jerusalém.

"Estou muito feliz que o status de Estado (observador) tenha sido adotado, mesmo que seja apenas uma vitória moral", afirmou Rachid al-Kor, de 39 anos, em Ramallah.

"É claro que estou feliz. Nós vamos finalmente ser um Estado. A mudança pode até ser lenta no território mas com certeza ela virá", se entusiasmou Rim Maloch, de 26 anos, a bandeira nacional pintado no rosto.

Um sentimento compartilhado mais cedo por Ghanem Rouzayqat, vindo de Hebron (sul): "Com o novo status da Palestina na ONU, finalmente temos valor para a comunidade internacional".

"Esse status só traz benefícios. Nós vamos poder acionar a Tribunal Penal Internacional (TPI) e mostrar ao resto do mundo o que Israel nos faz passar", comemora esse jovem dentista.

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