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5.18.2010
Mancha de óleo do Golfo do México pode atingir o litoral da Flórida
Plumas submarinas de petróleo vazado podem entrar na Corrente do Golfo.Responsável pelo controle da exploração de energia no mar se aposenta.
Do G1, com agências internacionais
A Guarda Costeira dos Estados Unidos está se preparando para a possibilidade de que bolas de alcatrão das plumas de petróleo submarinas resultantes do vazamento de óleo no Golfo do México possam atingir o litoral do sul da Flórida, disse uma autoridade sênior da entidade a um comitê do Senado norte-americano nesta segunda-feira (17).
"Temos assistido isso com muito cuidado", disse o almirante Peter Neffenger, vice-comandante de incidente nacional da Guarda Costeira.
"Estamos preparados para o potencial impacto no litoral do sul da Flórida e na região do litoral sul da Flórida", disse ele ao comitê de segurança nacional e assuntos governamentais do Senado norte-americano durante audiência sobre o vazamento de petróleo no Golfo do México.
A opinião foi corroborada por especialistas com base em imagens por satélites.
Imagem de satélite divulgada nesta segunda-feira (17) pela Nasa mostra o avanço da mancha de óleo. (Foto: AP)
Em um dos redemoinhos que se movem na frente da Corrente do Golfo "aparece entrando petróleo" nesse sistema do Atlântico, disse Villy Kourafalou, especialista em circulação oceânica da Escola Rosentiel de Ciências Marinhas e Atmosféricas da Universidade de Miami (UM).
A pesquisadora disse que, "segundo imagens de satélites do centro de observação remota (CSTARS) da Universidade de Miami" é altamente possível que o petróleo entre na Corrente do Golfo e em poucos dias chegue ao sul da península da Flórida.
Há dois redemoinhos perto da Corrente do Golfo, um ao norte e outro ao leste, explicou Kourafalou. Se o movimento do redemoinho norte se mantiver como está agora, "certamente vai entrar petróleo na Corrente que vai movê-lo para o sul", advertiu a especialista.
"Há muitos fatores em jogo, especialmente a evolução dos redemoinhos ao redor da Corrente. Esses redemoinhos são elementos de recirculação que podem ter um papel importante no transporte de 'materiais', contaminantes ou não, como ovas de peixes ou nutrientes", acrescentou Kourafalou.
Especialistas oceanógrafos afirmam que uma vez que o petróleo entre na Corrente do Golfo pode demorar cerca de uma semana para chegar aos keys e ao sul da Flórida, com um impacto devastador para o turismo.
"É uma corrente rápida, com uma velocidade que pode chegar aos 7 km/h, que é muito rápido no oceano", disse Steven Morey, um pesquisador do Centro de Estudos de Previsão Oceânica e Atmosférica (COAPS) da Universidade do Estado da Flórida (FSU).
"Poderia levar petróleo bastante rápido, em dias, aos keys", comentou Morey.
A extensa linha de ilhas ou keys, que descem em frente à costa atlântica da península e culminam no mítico Key West, em águas do Golfo do México, representam um dos principais atrativos turísticos e naturais dos Estados Unidos.
O derramamento de petróleo e os dissolventes utilizados para evitar que chegue na costa poderiam ter efeitos tóxicos sobre a barreira de corais do sul da Flórida, que se estende além do Key West, a maior do país e a terceira maior do mundo.
Após passar pelo extremo da península, a Corrente do Golfo gira até o norte passando em frente à costa atlântica da Flórida, o que desperta grandes temores de que águas contaminadas possam chegar até Miami e em outras praias do leste dos EUA.
A Flórida é considerada um dos maiores destinos turísticos do mundo com um total de 80 milhões de visitantes em 2009, que deixaram lucros anuais ao estado de mais de 60 bilhões de dólares.
Ele disse ainda que o petróleo deverá aparecer na forma de bolas de alcatrão, que são "uma pouco mais fáceis de manejar".
AposentadoChris Oynes, diretor responsável pelo setor de controle da exploração de energia no mar do Serviço de Gerenciamento de Minerais dos Estados Unidos (MMS, da sigla em inglês) - agência federal acusada de ter sido leniente com as petroleiras, abrindo caminho para o desastre do Golfo do México - anunciou sua aposentadoria nesta segunda-feira, informou o órgão.
"Depois de 35 anos de serviço, ele irá aposentar-se", informou um funcionário do Departamento do Interior, que inclui o MMS.
Oynes foi nomeado em 2007 diretor associado do programa de exploração de energia mineral no mar do MMS, com responsabilidades que incluiam controlar os programas de exploração de petróleo e gás fora do continente.
A decisão ocorre em um momento em que a agência é criticada por ter sido muito leniente com as empresas petroleiras em suas inspeções da exploração de petróleo no mar, e de ser muito próxima das companhias as quais é encarregada de fiscalizar.
Depois do vazamento de petróleo no Golfo do México, quando uma plataforma de exploração rompeu-se e continua expelindo óleo na água do mar, o presidente americano, Barack Obama, anunciou que a agência regulatória seria dividida em duas entidades separadas.
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