5.21.2010

Câncer de ovário: como prevenir?

14/05/2010
Um interessante editorial brasileiro aborda um grave problema de saúde feminina: o câncer de ovário. Mais especificamente a prevenção e o diagnóstico precoce. Para se ter uma noção do problema, no mundo, 200.000 novos casos de câncer ovariano ocorrem a cada ano. Ele é a neoplasia ginecológica mais letal e a sétima causa mais comum de óbito em mulheres. No Brasil, a incidência supera a dos países industrializados, pelo menos em dois registros de câncer de base populacional: Porto Alegre (13/100.000 mulheres) e São Paulo (11/100.000). O risco de vir a ter câncer de ovário aumentou de 1para 70, em 1970, para 1 para 55, em 2006. E uma questão fundamental é o diagnóstico precoce já que menos da metade das mulheres sobrevivem por mais de cinco anos após o diagnóstico de câncer do ovário. Para ter noção de comparação, no caso de cânceres de endométrio e colo do útero a sobrevida em cinco anos é de mais de 70%. Isso porque, em geral, o tumor é detectado em fases mais adiantadas da doença, quando as esperanças de cura são bem reduzidas. Na população, em geral, a idade média ao diagnóstico é de 63 anos. O perfil epidemiológico típico para risco de câncer de ovário é o da mulher após a menopausa, que nunca teve filhos, de nível socioeconômico mais elevado. Sabe-se que as condições associadas a um maior número de ovulações, tais como a primeira menstruação precoce, menopausa tardia e não ter nunca tido filhos são associadas ao risco de desenvolver a doença, assim como história de câncer de mama. Por outro lado, gestações a termo, lactação, uso de contraceptivo hormonal oral, laqueadura tubária, histerectomia e uso de vitamina D conferem proteção. Curiosamente existem dúvidas quanto a diversos fatores de risco, tais como ao índice de massa corpórea, a dieta pobre em vegetais ou rica em gordura, o consumo de álcool e o tabagismo. Recentemente, surgiram estudos demonstrando a importância da história familiar de câncer de ovário: história positiva para mãe ou irmã duplica o risco para aparecimento em idades mais avançadas e quintuplica para diagnósticos antes dos 50 anos de idade, com maior tendência para determinados tipos de tumores ovarianos. Nesta altura, algumas mulheres devem estar se perguntando sobre o impacto da pílula anticoncepcional. Mas isso é tema para nosso próximo boletim (Derchain et al. Panorama atual e perspectivas em relação ao diagnóstico precoce do câncer de ovário . Rev Bras Ginecol Obstet 31 (4): 159-163, 2009)
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