Funcionários da Comlurb trabalham para limpar a fachada da Alerj e remover o lixo das ruas próximas. Pelo menos 25 pessoas foram detidas
Rio - Um rastro de destruição foi deixado no
Centro do Rio, na região próxima à Assembléia Legislativa do Rio
(Alerj), depois da intervenção do Batalhão de Choque da PM contra um
grupo que promoveu atos de vandalismo no fim da manifestação contra o
aumento das passagens de ônibus, o custo de vida, a corrupção e os
péssimos serviços públicos, na noite desta segunda-feira.
Ainda na Rua São José, uma loja de venda de chocolates e outra de sandálias pegaram fogo. Uma farmácia teve as vidraças destruídas e grades quebradas. A loja já estava fechada. Nenhum funcionários ficou ferido. Próximo, caixas eletrônicos de uma agência do Banco Itaú foram saqueados e totalmente destruídos. Outras nove agências - a maioria na Rua da Assembléia - que liga a Avenida Rio Branco à Alerj, também foram atacados e tiveram, na maioria, as vidraças quebradas.
Detidos alegam inocência e acusam PM de abuso de poder
A madrugada foi agitada nesta terça-feira na 5ª DP, para onde foram levados os detidos no fim da manifestação de segunda-feira. Antonio Carlos Costa, do Rio de Paz, viu o filho Mateus Mendes Costa, de 21 anos, ser levado pela polícia quando o protesto já tinha terminado.
Segundo o presidente da ONG, ele foi detido por estar com um cartaz com os dizeres Escola Pública Padrão Fifa. O pai considerou a prisão arbitrária, diz que foi maltratado e desrespeitado pelos policiais. O fato para ele, porém, servirá de ensinamento para o jovem, que é estudante de Economia da Univesidade Federal Fluminense (UFF).
Trabalhador teria sido agredido por guardas
O cinegrafista free lancer Leonardo Costa da Silva, de 38 anos, intergrante do grupo Anonymous, foi um dos baleados no tumulto. Ele foi ferido no joelho por um tiro de pistola 9mm, nos fundos da Alerj, e reconheceu o PM que fez o disparo. O manifestante afirmou que vai processar o estado. Ele afirmou ainda que o foco dos protestos mudou. "Vamos continuar a manifestação. A luta não é mais por R$ 0,20, mas por melhores condições para o país e o impechement da Dilma, Cabral e Paes".
Cerca de 100 mil pessoas participaram
da manifestação contra o aumento da passagem de ônibus, entre outras
demandas sociais. O protesto seguiu sem violência ou vandalismo na maior
parte do tempo. No fim, um pequeno grupo causou incêndios, saque e
depredação. Em várias capitais, a mensagem foi dada por multidões.
Pelo menos 25 pessoas foram detidas,
entre elas um cadeirante e o filho do presidente da ONG Rio de Paz,
Antonio Carlos Costa. Até às 6h, dez ainda não tinham sido liberados. A
Chefe de Polícia Civil, delegada Martha Rocha, esteve na 5ª DP (Mém de
Sá), onde o caso foi registrado, mas não falou com os jornalistas. Um
policial do BPChoque foi autuado por abuso de autoridade.
Churrascaria e agência bancária são destruídas
Funcionários da Comlurb trabalham nesta
terça-feira para limpar a fachada da Alerj e remover o lixo das ruas
próximas. O prédio histórico do Paço Imperial, vizinho da Assembléia foi
pichado. No total, 20 PMs e oito civis ficaram feridos, sendo quatro à
bala. Um foi liberado. Leandro Silva dos Santos, ferido na perna, e um
homem - que a família pediu para o nome não ser divulgado - baleado no
tórax, estão em observação no Hospital Municipal Souza Aguiar (HSA), no
Centro. Bruno Alves dos Santos está internado no Hospital Federal do
Andarai (HFA), na Zona Norte.
Um dos estabelecimentos atacados pelo
grupo foi a Churrascaria Ao Vivo, na Rua São José, em frente à Alerj.
Segundo Marcos Cunha, de 44 anos, um dos sócios, os baderneiros - muitos
mascarados - invadiram o estabelecimento, que estava fechado. O
primeiro andar foi totalmente destruído, inclusive as câmaras do
circuito de segurança.
Bebidas, TVs e outros eletrodomésticos
foram roubados ou quebrados. Os vândalos também chegaram ao segundo
andar onde também quebraram pertences e roubaram produtos. Eles não
conseguiram chegar ao terceiro andar. O empresário calcula o prejuízo em
cerca de R$ 200 mil. Ele criticou a ausência da PM.
"Assisti a tudo da minha casa, quando monitorava a
movimentação das cãmeras do circuito de segurança. Liguei e abri vários
protocolos de atendimento pelo 190 e nada. A PM, pra gente que paga
imposto, não vale nada. Não sei quem vai arcar com o prejuízo. Vou fazer
uma faxina aqui e vender o estabelecimento. O seguro que temos é muitio
pequeno. Estou atônito", disse Marcos revoltado.Ainda na Rua São José, uma loja de venda de chocolates e outra de sandálias pegaram fogo. Uma farmácia teve as vidraças destruídas e grades quebradas. A loja já estava fechada. Nenhum funcionários ficou ferido. Próximo, caixas eletrônicos de uma agência do Banco Itaú foram saqueados e totalmente destruídos. Outras nove agências - a maioria na Rua da Assembléia - que liga a Avenida Rio Branco à Alerj, também foram atacados e tiveram, na maioria, as vidraças quebradas.
Detidos alegam inocência e acusam PM de abuso de poder
A madrugada foi agitada nesta terça-feira na 5ª DP, para onde foram levados os detidos no fim da manifestação de segunda-feira. Antonio Carlos Costa, do Rio de Paz, viu o filho Mateus Mendes Costa, de 21 anos, ser levado pela polícia quando o protesto já tinha terminado.
Segundo o presidente da ONG, ele foi detido por estar com um cartaz com os dizeres Escola Pública Padrão Fifa. O pai considerou a prisão arbitrária, diz que foi maltratado e desrespeitado pelos policiais. O fato para ele, porém, servirá de ensinamento para o jovem, que é estudante de Economia da Univesidade Federal Fluminense (UFF).
Milhares de pessoas protestam pelas ruas do Centro do Rio
Foto: Fernando Souza / Agência O Dia
Foto: Fernando Souza / Agência O Dia
"Meu filho nunca mais vai deixar de
defender os Direitos Humanos quando alguém for preso injustamente como
ele", acredita Antonio Carlos Costa. Segundo o prsidente da Rio de Paz,
nesta terça-feira, ao meio-dia, será lançado na internet o abaixo
assinado Brasil, Padrão Fifa.
O objetivo é colher milhares de assinaturas
cobrando das autoridades brasileiras a mesma qualidade nas áreas de
transporte, educação e saúde das que são exigidas pela entidade máxima
do futebol para a realização das copas das Confederações e do Mundo no
Brasil.Trabalhador teria sido agredido por guardas
O comerciante Pablo Rodrigues, de 32
anos, foi ferido na cabeça durante um tumulto na Rua Uruguaiana.
Funcionário da Livraria Kosmos, de venda de livros evangélicos, ele
contou que estava fechando o estabelecimento devido ao clima de tensão
quando foi golpeado por guardas municipais.
Ele também foi vítima de gás
lacrimongênio e de pimenta lançados pelos PMs. Ele garantiu que a loja
foi saqueada e danificada por pessoas que não participavam da
manifestação na Avenida Rio Branco. "A polícia é para defender a
população e não para bater", protestou ele na chegada à 5ª DP, após ser
medicado no HSA.
Estudante da Universidade Federal do Rio de
Janeiro (UFRJ), o cadeirante Jorge Luiz André Fuentes, de 19 anos,
também foi detido. Ele e outras sete pessoas tinham desistido de
continuar na região da Alerj ao perceber que a situação ficaria crítica.
Todos estavam em um ponto de ônibus no Mergulhão da Praça 15 quando
foram abordados por PMs do BPChoque. Todos foram levados para a
delegacia. "O PM disse que me deteve sem querer. Não houve problema na
abordagem. Eles foram respeitosos", disse o estudante após deixar a
delegacia.O cinegrafista free lancer Leonardo Costa da Silva, de 38 anos, intergrante do grupo Anonymous, foi um dos baleados no tumulto. Ele foi ferido no joelho por um tiro de pistola 9mm, nos fundos da Alerj, e reconheceu o PM que fez o disparo. O manifestante afirmou que vai processar o estado. Ele afirmou ainda que o foco dos protestos mudou. "Vamos continuar a manifestação. A luta não é mais por R$ 0,20, mas por melhores condições para o país e o impechement da Dilma, Cabral e Paes".
O fuzileiro naval Rosemberg dos Santos
Generoso, de 23 anos, esteve na 5ª DP para denunciar um major do 5º BPM
que ele afirma o ter agredido. Ele tinha participado do protesto tocando
trombone no bloco que foi formado para o evento. A agressão, segundo
ele, ocorreu próximo ao Fórum quando ia embora com o amigo Hugo,
estudante de 20 anos. Ele informou que irá comparecer no batalhão nesta
terça-feira para reconhecer o oficial da PM.
Durante toda a madrugada, um grupo da Ordem dos
Advogados do Brasil (OAB) permaneceu na 5ª DP prestado apoio jurídico
aos civis detidos. "Estamos aqui para garantir que essas pessoas tenham
um tratamento justo e sem abusos. Que a Polícia Civil haja com justiça
na apuração dos fatos", explicou o presidente da Comissão de Direitos
Humanos da OAB, Marcelo Chalbeo.
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