A
presidenta Dilma Rousseff propôs nesta sexta-feira um grande pacto
nacional para melhorar os serviços públicos, e admitiu que há muito o
que fazer para combater a corrupção no Brasil, em sua primeira mensagem à
Nação após os históricos protestos por todo o país.
Dilma propôs um plano nacional de mobilidade que privilegie o transporte público, destinar 100% dos recursos dos royalties do petróleo para a educação, trazer milhares de médicos estrangeiros para ampliar o sistema de saúde e receber os líderes das manifestações pacíficas, de sindicatos, movimentos de trabalhadores e associações populares.
"Precisamos de sua energia e criatividade (...). Precisamos oxigenar nosso sistema político", disse Dilma aos manifestantes, assinalando sua vontade de contribuir para "uma ampla reforma política" no país.
"Se aproveitarmos bem o impulso desta nova energia política, poderemos fazer, melhor e mais rápido, muita coisa que o Brasil ainda não conseguiu realizar por causa de limitações políticas e econômicas".
"Também precisamos de formas mais eficazes de combate à corrupção", admitiu Dilma, que criticou os atos de vandalismo durante os protestos. "Uma pequena minoria não pode manchar um movimento pacífico e democrático. Não podemos conviver com esta violência que envergonha o Brasil".
"Os manifestantes têm o direito e a liberdade de questionar e criticar tudo, mas precisam fazer isso de forma pacífica e ordeira".
"O governo e a sociedade não podem aceitar que uma minoria violenta e autoritária destrua o patrimônio público e privado, ataque templos, incendeie carros, lance pedras contra ônibus e tente semear o caos nos principais centros urbanos".
No mesmo discurso, Dilma afirmou que o Brasil "merece e fará uma grande Copa" do Mundo em 2014, respondendo às críticas aos enormes gastos com o evento, uma das bandeiras dos protestos.
"Em relação à Copa, quero esclarecer que o dinheiro do governo federal, gasto com arenas, é fruto de financiamento que será devidamente pago pelas empresas e governos que estão explorando estes estádios."
"Jamais permitiria que esses recursos saíssem do orçamento público federal, prejudicando setores prioritários como a saúde e a educação."
"Nós faremos uma grande Copa do Mundo!" - garantiu a presidente.
Na quinta-feira, mais de um milhão de manifestantes ocuparam as ruas de 80 cidades do Brasil, no décimo dia de protestos, para reclamar da corrupção e dos gastos astronômicos com a Copa do Mundo, e exigir melhores serviços públicos.
Vamos defender o direito das pessoas de ir e vir e combateremos sem tregua a violência e o vandalismo .
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