Prefeito também faz balanço dos estragos causados por vândalos
Rio - O prefeito Eduardo Paes concedeu
entrevista coletiva na manhã desta sexta-feira no Centro de Operações,
na Cidade Nova, e condenou os atos de vandalismo ocorridos durante o
protesto que reuniu mais de 300 mil pessoas nesta quinta à noite, na
região central da cidade.
"A cidade não precisa ser apedrejada,
não há necessidade de destruir patrimônios para reforçar sua opinião. É
preciso que se tenha limite. Não se pode admitir que atos de vandalismo
venham a protagonizar manifestações num país democrático como o Brasil",
afirmou.
De acordo com o prefeito, durante o
protesto foram quebrados 62 abrigos de ônibus, 31 placas de trânsito,
cinco relógios, 98 semáforos, 46 placas de identificação de ruas e 340
lixeiras. Prédios públicos municipais também foram depredados. Segundo a
prefeitura, os itens devem ser recolocados em até 45 dias.
"Infelizmente atitudes de vandalismo
acabam marcando de maneira negativa um movimento democrático",
ressaltou. Paes ainda afirmou que 62 feridos foram atendidos no Hospital
Souza Aguiar, no Centro, sendo oito guardas municipais.
Comando deu ordem para PMs abandonarem cabines
"Abandonar as cabines de rua!". A ordem durante o confronto que transformou o Centro do Rio em uma praça de guerra, depois da manifestação pela melhora dos serviços públicos e de investimentos nas áreas de Saúde e Educação, que reuniu cerca de 300 mil pessoas, foi dada, por medida de segurança, pelo Comando-Geral da PM aos praças que estavam de serviço nos compartimentos da corporação na região.
A informação foi confirmada por vários
policiais que reforçaram o policiamento na região. Quatro guaritas
foram destruídas a pedradas ou incendiadas. O saldo até a meia-noite era
de 62 feridos atendidos no Hospital Municipal Souza Aguair, também no
Centro, segundo a Secretaria Municipal de Saúde.
Um PM que estava na cabine da Lapa, na esquina
das ruas Teixeira de Freitas e Morais e Vale, contou que ele e um colega
só tiveram tempo de tirar o rádio de comunicação da guarita. A ordem do
comando da corporação era que os policiais se refugiassem no
Quartel-General, na Rua Evaristo da Veiga. Os manifestantes radicais
destruíram os vidros do compartimento e o ar condicionado.
Na Cinelândia, em frente ao Cine Odeon,
há 500 metros da Lapa, uma cabine foi destruída e queimada. A saída de
deficientes físicos do Metrô, que fica ao lado, foi apedrejada. A porta
de vidro de uma agência do Citybank, do outro lado da Avenida Rio
Branco, foi estilhaçada.
Terreirão do Samba é alvo de vândalos
Na Avenida Chile, vândalos atingiram um
outro compartimento da PM com um coquetel molotov. Eles também
destruíram os vidro de um abrigo de ônibus que fica em frente. Outra
guarita que ficou completamente destruída fica em frente à Central do
Brasil. Durante a madrugada, ainda saia fumaça do que sobrou da cabine.
O Terreirão do Samba também não escapou da ação
dos marginais. Um grupo invadiu o local e destruiu dois carros de uma
marca que estavam em exposição, o posto médico e barracas. O espaço está
sendo usado pela TV Globo, que está promovendo o evento Concentra Rio
em jogos da seleção brasileira de futebol na Copa das Confederações.
Surpreendentemente, o monumento de Zumbi dos Palmares, que fica em
frente e geralmente é alvo da ação de vândalos, foi poupado. Um prédio
próximo, que ainda não foi inaugurado, também foi atacado.De acordo com o Instituto de Defesa dos Direitos Humanos, dez pessoas foram detidas durante o conflito com a PM no Centro. Sete foram autuadas por vandalismo na 17ª DP (São Cristóvão). A maioria era de menores e foram liberados após a presença dos pais. Para a 5ª DP (Mém de Sá) foram levados um menor que estaria com um coquetel molotov, e dois adultos - um com um artefato explosivo e outro acusado de atirar um morteiro contra um PM.
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