Pesquisadores das universidades de Birmingham e Oxford analisaram benefícios e danos relacionados ao riso, datados de 1946 até os dias atuais, e encontraram vários problemas decorrentes de gargalhadas. O lado positivo, no entanto, supera os problemas para a saúde
Gabriella Pacheco - Saúde Plena
Após uma crise de riso, personagem de Mary Poppins começa a voar pela sala
Em partes, a teoria de Mary Poppins confere. O estudo feito pelos britânicos analisou casos bons e ruins relacionados ao riso, desde 1946 até os dias atuais, e constatou que rir traz mais benefícios que o contrário. No entanto, eles identificaram alguns casos graves para a saúde causados pelo ato. Entre os problemas identificados, os sistemas cardiovascular e respiratório foram os mais prejudicados. Segundo a pesquisa, rir muito pode causar anomalias e arritmia. Os pesquisadores chegaram a encontrar, inclusive, um caso em que uma crise intensa de riso, como foi o caso do filme, provocou a morte de uma mulher com Síndrome do QT longo, uma espécie de taquiarritimia. Rir intensamente pode ser também a causa provável de rupturas no coração e na garganta.
O ar que é inalado rapidamente durante as risadas também pode provocar a entrada de materiais estranhos e isso pode provocar crises em asmáticos. Rir também pode te mandar para o pronto-socorro com pulmão colapsado, que é caracterizado pela presença de ar na cavidade pleural do órgão. Cataplexia (fraqueza muscular súbita) também pode ser provocada pelo riso.
A pesquisa também identificou que uma boa gargalhada é capaz de fazer hérnias ficarem salientes, especialmente em crianças, o que ajuda no diagnóstico. Curiosamente, a incapacidade de rir também pode ser um sinal de infecções intra-abdominais em crianças.
Remédio contra infarto
É claro, a pesquisa não propõe que as pessoas deixem de rir diante desses riscos. Pelo contrário, o trabalho publicado no British Medical Journal (BMJ) destaca benefícios comprovados que o riso pode trazer. Além de fazer bem para a alma, o coração também agradece uma boa dose de risadas de vez em quando, uma vez que elas reduzem a rigidez das paredes arteriais. Elas também diminuem o risco de infarto, incluindo nos casos relacionados à diabetes.
No levantamento os britânicos também descobriram uma pesquisa que comprovou que o trabalho dos 'doutores da alegria', aqueles palhaços que alegram crianças em hospitais, pode ajudar mais que o humor da criançada. Na prática, os sorrisos ajudaram a melhorar o funcionamento dos pulmões dos pequenos pacientes.
O metabolismo também pode ganhar bastante com isso. Aliás, 15 minutos diários de risadas genuínas podem te ajudar a queimar 167 calorias e para diabéticos, assistir um show de comédia pode, inclusive, ajudar no controle de glicemia.
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