O uso dos óleos essenciais para fins medicinais é conhecido desde a remota antiguidade. Há registros pictóricos de seis mil anos atrás, entre os egípcios, de práticas religiosas associadas à cura de males através dos aromas. Já na China e Índia as substâncias aromáticas também eram populares centenas de anos antes da era cristã, quando eram utilizadas em incensos, porções e vários outros tipos de acessórios. Mas foi só a partir da Idade Média, com o processo de destilação introduzido pelos cientistas muçulmanos, que se iniciou a real comercialização dos materiais aromáticos bem como o seu estudo. Era o pontapé da “revolução” nesta área. Logo começaram a surgir os primeiros livros sobre o uso médico das ervas medicinais e seus óleos, criou-se o termo “Aromaterapia”, as técnicas de destilação se renderam a tecnologia e passamos a nos surpreender, dia após dia, com as recentes descobertas que tratam dos poderes da natureza em benefício do ser humano.
A aromaterapia, basicamente, procura transmitir toda a energia (a força vital da planta) concentrada nos óleos essenciais ao paciente. Afinal, esta energia pode atuar positivamente sobre o nosso corpo e mente, trazendo bem estar geral e melhorando a nossa qualidade de vida. Mas é imprescindível alertar que o tratamento terapêutico utilizando os óleos essenciais deve sempre ser administrado por um profissional da área, capaz de avaliar e acompanhar o quadro de cada paciente – levando em consideração seus aspectos físicos, mentais e emocionais. Neste sentido, os óleos essenciais são comumente empregados de três formas distintas: por inalação, absorção pela pele ou ingestão.
Inalação
É considerada a forma mais segura de utilização dos óleos essenciais. Aqui uma parte do aroma inalado vai para os pulmões via traquéia, penetra nos brônquios, bronquíolos e alvéolos e passa para a corrente sangüínea nas trocas gasosas. Em paralelo, a outra parte do aroma vai ate o cérebro e estimula determinadas áreas do sistema límbico e do hipotálamo, que controlam a maioria das funções vegetativas e endócrinas do corpo. Há dois tipos: a inalação direta e a indireta. A inalação direta é utilizada no tratamento de problemas específicos do aparelho respiratório, como asma, bronquite, sinusite, etc. Neste caso, pode-se empregar de 6-15 gotas de óleo em um vaporizador de ambientes a quente ou de 1-2 gotas em um lenço. Já a inalação indireta visa trabalhar o emocional (o psicológico) através dos aromas. Aqui se costuma utilizar de 6-15 gotas em um difusor de aromas de vela/lâmpada ou elétrico.
Curiosidades:1) a absorção de um óleo essencial depende do tamanho da molécula, da sua polaridade e da sua solubilidade. Assim, os monoterpenos, por serem de tamanho menor, são mais rapidamente absorvidos em relação aos sesquiterpenos.
2) cerca de 2% a 3% do código genético humano está ligado ao olfato, o que explica o nosso reconhecimento e rememoração para aproximadamente 10 mil odores diferentes.
Absorção pela pele
Na aromaterapia a via de administração mais utilizada é a cutânea, pois além da ação farmacológica das substâncias que compõem o óleo, a massagem por si só já traz claros benefícios ao paciente. No entanto, é imprescindível saber fazer a diluição do óleo essencial nos óleos carreadores para se obter uma boa ação terapêutica. Vejamos alguns exemplos, assumindo que 1 ml de óleo equivale a 22 gotas.
Diluição 1% – usada para óleos de aroma muito forte ou caros como jasmim, neroli e rosas.
1 colher de sopa de óleo carreador – cerca de 1-2 gotas de óleo essencial;
50 ml ou 50 gramas – 11 gotas ou 0,5 ml de óleo essencial;
100 ml ou 100 gramas – 22 gotas ou 1 ml de óleo essencial;
250 ml ou 250 gramas – 55 gotas ou 2,5 ml de óleo essencial.
Diluição 2% – usada para peles muito sensíveis e com tendência alérgica (tipo de bebês). Também é empregada para óleos caros e fortes.1 colher de sopa de óleo carreador – cerca de 1-2 gotas de óleo essencial;
50 ml ou 50 gramas – 11 gotas ou 0,5 ml de óleo essencial;
100 ml ou 100 gramas – 22 gotas ou 1 ml de óleo essencial;
250 ml ou 250 gramas – 55 gotas ou 2,5 ml de óleo essencial.
1 colher de sopa de óleo carreador – cerca de 2-3 gotas de óleo essencial;
50 ml ou 50 gramas – 22 gotas ou 1 ml de óleo essencial;
100 ml ou 100 gramas – 44 gotas ou 2 ml de óleo essencial;
250 ml ou 250 gramas – 110 gotas ou 5 ml de óleo essencial.
Diluição 3% – comumente usada na massagem aromaterápica para melhor ação medicinal.
1 colher de sopa de óleo carreador – cerca de 5-6 gotas de óleo essencial;
50 ml ou 50 gramas – 33 gotas de óleo essencial;
100 ml ou 100 gramas – 66 gotas de óleo essencial;
250 ml ou 250 gramas – 165 gotas de óleo essencial.
Diluição 5% – usada em problemas agudos como dores e inflamações sérias.
1 colher de sopa de óleo carreador – cerca de 9-10 gotas de óleo essencial;
50 ml ou 50 gramas – 55 gotas ou 2,5 ml de óleo essencial;
100 ml ou 100 gramas – 110 gotas ou 5 ml de óleo essencial;
250 ml ou 250 gramas – 275 gotas ou 12,5 ml de óleo essencial.
PS: alguns óleos essenciais conseguem penetrar nas camadas da pele e atingir a circulação sanguínea com grande facilidade. Por esta razão, há diversas pesquisas no sentido de utilizá-los como “facilitadores” do transporte de medicamentos. Por exemplo, estudos comprovaram que o componente 1,8-cineol, presente nos óleos essenciais de citronela e eucalipto globulus, aumentou em 95% a capacidade de penetração cutânea de alguns medicamentos alopáticos.
Uso oral ou ingestão
É a forma de utilização que permite uma ação mais rápida, mas que também oferece maiores riscos de intoxicações, sendo indispensável, nesse caso, a supervisão de um especialista para se evitar efeitos e reações indesejáveis. Por exemplo: o óleo essencial de erva de Santa Maria (Chenopodium ambrosioides) contém ascaridol – um componente que pode matar mesmo em pequenas doses.
Regras gerais1 – manter os óleos essenciais fora do alcance das crianças e animais;
2 – não ingerir qualquer óleo essencial sem a orientação de um profissional habilitado;
3 – não utilizar óleos essenciais puros diretamente sobre a pele;
4 – durante a gravidez, diversos óleos essenciais devem ser evitados;
5 – óleos essenciais cítricos são fotossensíveis, portanto deve-se evitar a exposição ao sol após seu uso;
6 – epilépticos devem administrar os óleos essenciais com extremo cuidado;
7 – alguns óleos são incompatíveis com certos medicamentos homeopáticos, principalmente aqueles que contém cânfora e mentol em suas composições;
8 – evitar o uso prolongado de um óleo essencial.
2 – não ingerir qualquer óleo essencial sem a orientação de um profissional habilitado;
3 – não utilizar óleos essenciais puros diretamente sobre a pele;
4 – durante a gravidez, diversos óleos essenciais devem ser evitados;
5 – óleos essenciais cítricos são fotossensíveis, portanto deve-se evitar a exposição ao sol após seu uso;
6 – epilépticos devem administrar os óleos essenciais com extremo cuidado;
7 – alguns óleos são incompatíveis com certos medicamentos homeopáticos, principalmente aqueles que contém cânfora e mentol em suas composições;
8 – evitar o uso prolongado de um óleo essencial.
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