9.14.2011

O método contraceptivo DIU reduz riscos de tumores

DIU reduz em 50% risco de tumores de colo do útero


Mulheres que usam o método contraceptivo DIU (dispositivo intrauterino) têm 50% menos risco de desenvolver câncer de colo do útero em comparação com quem nunca usou o implante.
As conclusões são do maior estudo já feito sobre o assunto, com dados de mais de 20 mil mulheres. A pesquisa, feita na Espanha, França e Holanda, foi publicada no periódico médico "Lancet".
Os médicos revisaram dez estudos e ajustaram fatores como número de exames Papanicolaou e de parceiros sexuais para excluir outras causas para os resultados.
Já se sabia que o DIU reduz o risco de câncer do endométrio, mas os resultados sobre a relação do dispositivo com tumores de colo de útero não eram claros até agora.
O efeito protetor do dispositivo contra o câncer de colo uterino foi observado depois de um ano de uso do DIU e não foi alterado mesmo depois de dez anos.
O implante, porém, não previne que a mulher seja infectada com o vírus HPV (causador do câncer) e tenha lesões. O que muda é a progressão dessas lesões.

Editoria de arte/folhapress
EXPLICAÇÃO
A proteção conferida pelo DIU pode se dever ao fato de o implante causar uma inflamação na cavidade uterina, estimulando uma resposta imune do corpo. Isso aumenta as defesas da mulher em relação à progressão da lesão para o câncer.
"As hipóteses ainda são especulativas, porque esse é um achado novo, mas o mais relevante são os resultados em si", afirma César Eduardo Fernandes, presidente da Sogesp (Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo).
Segundo ele, muitos ainda associam o dispositivo a um risco maior de doenças infecciosas, em grande parte por causa dos primeiros implantes, dos anos 70, que de fato aumentavam o risco de infecções bacterianas.
"O implante ainda carrega essa mácula do passado. Mas, agora, o estudo mostra que o DIU não causa mais infecções do HPV e ainda protege contra os tumores", afirma.
Os DIUs mais usados são o de cobre e o hormonal. A pesquisa não diferenciou qual tipo as mulheres usavam.
MARIANA VERSOLATO
FOLHA DE SÃO PAULO

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