Cerca de 33 milhões de brasileiras sofrem com cólicas menstruais a ponto de impactar sua produtividade no trabalho, segundo estudo do ginecologista César Fernandes publicado na Revista Brasileira de Medicina.
A produtividade delas pode ser reduzida em até 70% nesse período, e 30% das que têm dor se afastam do emprego por pequenos períodos do dia.
Com o objetivo de explicar o que acontece de vez em quando ou até mensalmente no corpo feminino, o Bem Estar desta terça-feira (13) convidou o ginecologista José Bento e o proctologista Fábio Atui. Eles explicaram os sintomas da cólica menstrual e também da intestinal, por que elas ocorrem e o que é bom comer ou evitar.
Ao longo da vida, uma mulher menstrua cerca de 400 vezes. Quem engravida perde cerca de 20 ciclos de menstruação, entre a gestação e a fase de amamentação. E a cólica apresenta um fator familiar: mães com o problema possivelmente terão filhas com dores.
As mulheres mais jovens sofrem mais, pois o corpo ainda está se “entendendo” com a produção de prostraglandina, uma espécie de hormônio. E o movimento de contração do útero ocorre para eliminar o endométrio após não haver fecundaçãoComo os hormônios contidos nos anticoncepcionais provocam atrofia do endométrio, local de produção da prostaglandina, a pílula é indicada nos casos de cólica para mulheres com vida sexual ativa e que não desejam engravidar.
Tanto para a cólica menstrual como para a intestinal, há o recurso de medicamentos, principalmente antiespasmódicos, para alívio da dor. Mas nunca se automedique: procure sempre assistência médica.
Segundo José Bento, a cólica pode começar já na primeira ovulação. Entre outros sintomas, pode causar dor de cabeça, náusea, vômito, diarreia e até desmaios. O médico também destacou a importância de anotar os sintomas em um calendário, sobre o qual se deve falar na hora da consulta.
Veja abaixo o resultado da nossa enquete:
Endometriose
Mulheres que levam uma vida mais estressante são as que mais sofrem com a doença, que é uma espécie de refluxo de sangue pelas trompas, o que chega até o abdômen e alguns órgãos. De acordo com José Bento, o sangue acumulado na cavidade abdominal, sobretudo na bexiga e no intestino, pode causar perfurações e fazer com que saia sangue na urina ou nas fezes.
Um estudo da Unifesp revela que o problema atinge de 10% a 15% das brasileiras – cerca de 6 milhões de pessoas. Além disso, 40% das que sofrem com endometriose estão insatisfeitas com a vida sexual.
Outros dados:
- 22% das mulheres com endometriose têm desinteresse constante por sexo, contra 4% das sadias
- 36% ficam mais tensas e ansiosas quando o parceiro quer fazer sexo
- 30% têm menos que duas relações sexuais por semana (contra 10% a 12%, entre as que não apresentam a doença)
- 30% estão insatisfeitas com a capacidade de trabalhar (contra 8% a 10% das que não têm endometriose)
- 25% afirmam não terem – ou terem muito pouca – energia para o dia a dia
- 33% acham que a dor física as impede extremamente de fazer o que precisam
- 45% necessitam de tratamento médico para conseguir fazer as atividades diárias (contra apenas 10% a 12% das demais)
- 30% têm frequentemente sentimentos negativos, como mau humor, desespero, ansiedade e depressão (contra 14% a 15% das mulheres sadias)
Dor de barriga
As causas mais frequentes de cólica intestinal são alimentação inadequada e pobre em fibras. Sem elas, o bolo fecal não ganha a consistência correta.
É no intestino delgado que os alimentos são selecionados para absorção. O que não se aproveita é empurrado em direção do intestino grosso, por meio do movimento peristáltico, que é involuntário e progressivo.
No intestino grosso, processa-se especialmente a absorção da água. A velocidade com que isso ocorre depende do tipo de dieta. Alguns alimentos aceleram o processo e lesam a mucosa, causando diarreia. Outros retardam o trânsito dos alimentos. Comer em excesso pode alterar essas contrações, que perdem a regularidade e se tornam espasmódicas, causando as cólicas.
Em excesso, os gases fazem com que a barriga se distenda e doa. Eles podem ser causados pelo ar engolido por pessoas que falam muito durante as refeições, usam demais goma de mascar ou roncam.
Também pode ocorrer por conta da ingestão de alimentos que fermentam. Por isso, é bom evitar feijões, folhas largas e refrigerante. O proctologista Fábio Atui ainda recomendou mastigar bem, com calma, e não fumar.
Outra causa da cólica é a infecção intestinal, que pode ser provocada por alimentos estragados ou pesados demais. Costumam durar de 5 a 10 dias.
A tendência de quem sofre de cólica intestinal é parar de comer. Isso pode agravar um possível quadro de desidratação. Durante as crises, prefira alimentos leves e beba muito líquido.
A produtividade delas pode ser reduzida em até 70% nesse período, e 30% das que têm dor se afastam do emprego por pequenos períodos do dia.
Com o objetivo de explicar o que acontece de vez em quando ou até mensalmente no corpo feminino, o Bem Estar desta terça-feira (13) convidou o ginecologista José Bento e o proctologista Fábio Atui. Eles explicaram os sintomas da cólica menstrual e também da intestinal, por que elas ocorrem e o que é bom comer ou evitar.
Ao longo da vida, uma mulher menstrua cerca de 400 vezes. Quem engravida perde cerca de 20 ciclos de menstruação, entre a gestação e a fase de amamentação. E a cólica apresenta um fator familiar: mães com o problema possivelmente terão filhas com dores.
As mulheres mais jovens sofrem mais, pois o corpo ainda está se “entendendo” com a produção de prostraglandina, uma espécie de hormônio. E o movimento de contração do útero ocorre para eliminar o endométrio após não haver fecundaçãoComo os hormônios contidos nos anticoncepcionais provocam atrofia do endométrio, local de produção da prostaglandina, a pílula é indicada nos casos de cólica para mulheres com vida sexual ativa e que não desejam engravidar.
Tanto para a cólica menstrual como para a intestinal, há o recurso de medicamentos, principalmente antiespasmódicos, para alívio da dor. Mas nunca se automedique: procure sempre assistência médica.
Segundo José Bento, a cólica pode começar já na primeira ovulação. Entre outros sintomas, pode causar dor de cabeça, náusea, vômito, diarreia e até desmaios. O médico também destacou a importância de anotar os sintomas em um calendário, sobre o qual se deve falar na hora da consulta.
Veja abaixo o resultado da nossa enquete:
Endometriose
Mulheres que levam uma vida mais estressante são as que mais sofrem com a doença, que é uma espécie de refluxo de sangue pelas trompas, o que chega até o abdômen e alguns órgãos. De acordo com José Bento, o sangue acumulado na cavidade abdominal, sobretudo na bexiga e no intestino, pode causar perfurações e fazer com que saia sangue na urina ou nas fezes.
Um estudo da Unifesp revela que o problema atinge de 10% a 15% das brasileiras – cerca de 6 milhões de pessoas. Além disso, 40% das que sofrem com endometriose estão insatisfeitas com a vida sexual.
- 22% das mulheres com endometriose têm desinteresse constante por sexo, contra 4% das sadias
- 36% ficam mais tensas e ansiosas quando o parceiro quer fazer sexo
- 30% têm menos que duas relações sexuais por semana (contra 10% a 12%, entre as que não apresentam a doença)
- 30% estão insatisfeitas com a capacidade de trabalhar (contra 8% a 10% das que não têm endometriose)
- 25% afirmam não terem – ou terem muito pouca – energia para o dia a dia
- 33% acham que a dor física as impede extremamente de fazer o que precisam
- 45% necessitam de tratamento médico para conseguir fazer as atividades diárias (contra apenas 10% a 12% das demais)
- 30% têm frequentemente sentimentos negativos, como mau humor, desespero, ansiedade e depressão (contra 14% a 15% das mulheres sadias)
Dor de barriga
As causas mais frequentes de cólica intestinal são alimentação inadequada e pobre em fibras. Sem elas, o bolo fecal não ganha a consistência correta.
É no intestino delgado que os alimentos são selecionados para absorção. O que não se aproveita é empurrado em direção do intestino grosso, por meio do movimento peristáltico, que é involuntário e progressivo.
No intestino grosso, processa-se especialmente a absorção da água. A velocidade com que isso ocorre depende do tipo de dieta. Alguns alimentos aceleram o processo e lesam a mucosa, causando diarreia. Outros retardam o trânsito dos alimentos. Comer em excesso pode alterar essas contrações, que perdem a regularidade e se tornam espasmódicas, causando as cólicas.
Em excesso, os gases fazem com que a barriga se distenda e doa. Eles podem ser causados pelo ar engolido por pessoas que falam muito durante as refeições, usam demais goma de mascar ou roncam.
Também pode ocorrer por conta da ingestão de alimentos que fermentam. Por isso, é bom evitar feijões, folhas largas e refrigerante. O proctologista Fábio Atui ainda recomendou mastigar bem, com calma, e não fumar.
Outra causa da cólica é a infecção intestinal, que pode ser provocada por alimentos estragados ou pesados demais. Costumam durar de 5 a 10 dias.
A tendência de quem sofre de cólica intestinal é parar de comer. Isso pode agravar um possível quadro de desidratação. Durante as crises, prefira alimentos leves e beba muito líquido.
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