Cantor baiano é uma das estrelas desta edição da Festa Literária Internacional de Paraty
"Não sei o que vai ser feito, se com
cotas através do governo ou mesmo da iniciativa privada, o que não dá é
pra gente fazer uma Copa no Brasil sem os negros, os pobres, sem os
torcedores nos estádios. Estive no Maracanã na final da Copa das
Confederações (Brasil X Espanha), um lugar onde sempre vou por causa do
Fluminense. Lá, vi o (Joseph) Blatter, o Zagallo, a Ivete (Sangalo), o
Bebeto, mas não vi o povo", apontou Gil.
O cantor, que também participou da mesa
"Culturas Locais e Globais" às 14h30 desta quinta, completou ainda: "Na
hora em que o Fred e o Neymar foram comemorar os gols, ali próximo de
onde era a Geral, vi o Maracanã muito esbranquiçado, sem matiz. Não dá
para uma Copa não ter a (presença da) Mangueira, não ter a Rocinha e a
Cajazeiras, lá em Salvador".
Legado Cultural da Flip
A cidade de Paraty celebrou nesta quarta, a
abertura oficial da 11ª edição de sua Festa Literária Internacional
(Flip) que, como qualquer jovem desta idade, está cheia de fôlego.
“A Flip é importantíssima para a
cidade. Só por sermos a sede deste evento, recebemos turistas o ano
todo, o que traz muita receita para o município. Não podemos pensar só
no dinheiro, mas também no legado cultural que ela pode trazer para a
cidade”, explica o secretário municipal de cultura, Ronaldo dos Santos.
O foco de Ronaldo e da gestão do
prefeito Casé Miranda (PT) é incluir o cidadão paratiense como
integrante, e não apenas como espectador de uma festa com perfil de
classe média alta.
“A temática literária já faz parte do dia a dia
de nossas escolas após dez anos de Flip, mas os resultados ainda são
tímidos. E essa tarefa não é da Flip, mas nossa. Temos que aproveitar o
que ela nos oferece, mas a transformação social tem que ser promovida
pelo Estado”, admite.No cargo desde janeiro, Ronaldo abriu as portas da secretaria para ser o QG da OFF-Flip, circuito paralelo à festa e que tem caráter popular.
“A Off-Flip está para a Flip como a Cúpula dos Povos esteve para a Rio+20. É onde rolam amplos debates, saraus, shows e até concurso sobre gastronomia sustentável”, empolga-se.
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