Fonte da imagem: Reprodução/US Today |
Manifestantes fugindo
de bombas de gás lacrimogêneo e vandalismo eram cenas finais de um enredo que
se tornou conhecido no fim de muitos protestos, desde de junho do ano passado.
Sete meses depois de a população tomar as ruas, uma pesquisa da Fundação Getulio
Vargas (FGV) revela como as próprias forças de segurança se sentem
despreparadas para agir diante dos grandes atos — que prometem se repetir
durante a Copa do Mundo. Ao todo, 64% dos policiais militares e civis
entrevistados admitiram não ter recebido orientação e treinamento adequado para
lidar com as manifestações e os black blocs.
A pesquisa sobre a percepção dos
policiais a respeito dos manifestantes e do movimento black bloc, produzida
pela Diretoria de Análise de Políticas Públicas (DAPP-FGV) e obtida pelo GLOBO,
fez um raio X do que pensam os policiais sobre os protestos, os black blocs e
sua própria forma de agir diante deles. Foram feitas 5.304 entrevistas, sendo
4.499 com policiais militares e 805 com policiais civis de todas as regiões do
país. O levantamento foi realizado pela internet, a partir de um cadastro que
reúne nomes desses profissionais de todo o Brasil, entre 26 de novembro de 2013
e 14 de janeiro deste ano.
O despreparo revelado pelos praças e
oficiais na condição do anonimato do levantamento explica outro percentual: o
dos 69% que disseram que os agentes agiram como foi possível, devido às
circunstâncias.
— Os policiais se sentiram tendo que
improvisar diante de uma situação inesperada — afirmou o diretor da DAPP-FGV,
Marco Aurélio Ruediger, responsável pela pesquisa.
Apenas 10% apontaram como correto o
comportamento dos policiais nas manifestações, enquanto outros 19% responderam
que “alguns colegas não agiram da forma certa, mas não se pode generalizar”. Na
hora de atribuir a alguém a responsabilidade sobre a maneira como operam nas
manifestações, os policiais não colocam na própria conta nem na do comando ou
na das secretarias de segurança. A maioria (60%) indicou que a atuação da tropa
é determinada pelos governos estaduais.
O Globo
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