6.18.2010

Time de Dungas


Sabemos que mesmice não rima com competitividade. Diversidade sim, rima, e muito bem.
Os líderes sábios constroem equipes de alta performance com pessoas que possuem competências complementares. Se o líder é um bom planejador, bom que tenha na equipe bons executores. Nada mais monótono que um time cheios de planejadores que não executam as decisões tomadas. Se, por outro lado, o líder é executor nato, melhor que tenha planejadores como contraponto de suas competências.

Pessoas empreendedoras, sonhadoras, por exemplo, devem se cercar de bons empresários, que possuam os pés no chão. Porque um time feito apenas de sonhadores pode levar ao devaneio. E um time só de executores acaba virando uma burocracia monótona.

Esse o risco da seleção escalada pelo Dunga. Um time de executores, ou melhor um “time de dungas”. Esforçados, disciplinados, buscam o conjunto, mas que corre o risco de cair na mesmice e faltar criatividade e brilho diferenciado nos momentos necessários.

Nas empresas por onde atuo como consultor tenho encontrado líderes que sofrem do que chamo de “Síndrome da Branca de Neve” ou seja , lideres que se cercam de pessoas pouco competentes para que eles, “lideres”, brilhem na mediocridade dos outros. Não suportam pessoas com talento, muito menos aquelas que são criativas. Taxam logo os talentosos de “indisciplinados” de que não jogam para o time, etc e buscam os defeitos até se verem livres daquela pessoa que os perturba

Acho que o Dunga sofre desse mal. Não gosta de craques. Detesta aqueles que ele não consegue impor sua autoridade. No caso do Neymar e do Ganso, claro que ele tem receio de ter na equipe meninos que ele não teve a oportunidade de “adestrar” e faze-los obedientes, com o corte de cabelo Dunga, o estilo Dunga, a forma de pensar Dunga.

Se a Copa da África tiver o mesmo nível da Copa de 1994 – onde Dunga “brilhou” na mediocridade do nível da competição, até que teremos chances. Lembro que ganhamos a Copa nos penalties, eu asssiti ao jogo final na arquibancada do estádio em Los Angeles. Mas o time contava com o brilho do Bebeto, Romário e de outros poucos. Se não tivesse esses 2 craques para desequilibrar alguns jogos decisivos, não teríamos passado das quartas-de-final.

Conjunto é o melhor jogador do mundo. Mas conjunto bom é aquele que conta com jogadores que podem desequilibrar e enlouquecer o adversário. Conjunto também não rima com mediocridade. Dunga confunde a força de conjunto de um time – que o Bernardinho consegue, o time do Santo André também – com mediocridade.

Espero que a expressão “time de dungas!” não vire parte do jargão corporativo para simbolizar equipes de baixo desempenho, equipes medíocres, equipes perdedoras.
Época negocios

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