Entre as conclusões do estudo, uma delas mostra que mulheres que têm uma carreira profissional sentem-se mais satisfeitas e mais positivas, em todas as áreas da vida pessoal e profissional, em comparação às que têm um emprego simplesmente por razões financeiras. Além disso, mães com carreiras orientadas estão mais satisfeitas com o desenvolvimento de suas habilidades (61% versus 39% das que só têm trabalho), com o nível de respeito que recebem no ambiente corporativo (64% contra 48%) e com o apoio de seus gerentes para atenderem às demandas da casa e do emprego (61%, em relação a 50% do outro grupo). Grande parte das mães que têm carreira (47%) exercem cargos de gerência ou supervisão, contra apenas 28% das que têm um trabalho.
O levantamento mostra, no entanto, que mães com carreiras afirmaram mais que têm dificuldade de sair do trabalho e acreditam mais que seus superiores e colegas questionam seu comprometimento profissional.
Para Marcela Meliffa, gerente de RH da Personal Service, as opiniões das entrevistadas mostram que as empresas estão flexibilizando mais o dia a dia e melhorando as condições de trabalho das profissionais que são mães, superando o estigma de que elas seriam menos comprometidas com a vida profissional. Segundo a consultora, a impressão das mulheres de que seus colegas e chefes pensam que são menos comprometidas, por serem mães, estaria ligada a um antigo tabu da sociedade, mas o cenário está mudando.
- As mulheres estão tendo um destaque cada vez maior no mercado, e as empresas não têm como não responder a isso. Acho que o panorama brasileiro é parecido com este - diz. - De uns cinco anos para cá, as organizações brasileiras estão despertando para o fato de que ser mãe não é divisor de águas entre comprometimento com o trabalho. Ainda assim, cultura organizacional é uma coisa que não muda da noite para o dia: é um processo educativo.
A pesquisa aponta, ainda, que mães com carreiras sentem-se mais saudáveis e com suas vidas em equilíbrio: elas dizem que seu trabalho atende a um propósito maior do que apenas "fazer dinheiro". Outro dado importante é que 81% das trabalhadoras cujo emprego permite flexibilidade sentem que isso afeta positivamente sua produtividade.
No entanto, alguns traços machistas continuam marcando as relações das mulheres que são mães e têm carreira. Um exemplo disso é o fato de que apenas 42% dos homens que ganham menos do que suas esposas sentem-se confortáveis.
A pesquisa afirma também que o aumento da força de trabalho feminina no mercado tem sido exponencial. Há dez anos, os homens tinham seis milhões de empregos a mais que as mulheres. Hoje, esta diferença é de apenas meio milhão, nos Estados Unidos.
O Globo
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