Mulheres que tomam bisfosfonatos para tratar osteoporose podem interromper o tratamento após cinco anos, segundo um relatório do FDA (agência que regula remédios e alimentos nos EUA) divulgado na quarta-feira.
Os remédios evitam a perda óssea e são os mais usados contra a doença.Segundo o relatório, estudos mostram que as drogas só têm benefícios comprovados na prevenção de fraturas de osteoporose durante os primeiros três anos.
Depois do quinto ano de uso do remédio, não há mais melhoria na densidade óssea, afirma a agência americana.
Para Rosa Maria Rodrigues Pereira, reumatologista do Hospital das Clínicas, "se a pessoa tem osteoporose leve e não teve fratura, pode mesmo interromper o uso". Mas, segundo a médica, pessoas mais idosas, fumantes ou que sofrem de quedas frequentes podem se beneficiar do tratamento após os cinco anos.
EFEITOS COLATERAIS
Os bisfosfonatos são suspeitos de causar fraturas atípicas no fêmur e câncer de esôfago. Mas segundo o relatório da FDA, os estudos a respeito disso ainda têm resultados conflitantes.
"Os casos de fratura são muito raros. Estima-se que ocorra uma a cada 10 mil pacientes", explica a endocrinologista Marise Castro, chefe do Setor de Doenças Osteometabólicas da Unifesp.
Ela ainda afirma que o principal efeito colateral é o gastrointestinal. "O paciente tem de tomar o comprimido e permanecer em pé ou sentado, senão ele pode sofrer danos no esôfago."
As drogas sob revisão nos EUA incluem o Fosamax, da Merck, o Bonviva, da Roche, e versões genéricas.
Mariana Pastore - Folha
Com o "New York Times"
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