9.12.2011

Testosterona trata falta de desejo sexual na menopausa

Jane Fonda, 73, ex-musa da aeróbica, é candidata a um novo título: o de conselheira sexual de quem já perdeu o vigor da juventude, mas quer manter o desejo firme e forte.

A atriz afirma que, hoje, sua vida sexual está melhor do que nunca. Em entrevista ao jornal "The Sunday Telegraph", revelou o segredo para isso: testosterona.
Anne-Christine Poujoulat - 22.mai.11/France Presse
A atriz Jane Fonda, no festival de Cannes, em maio
Jane Fonda, no festival de Cannes, em maio; a atriz recomenda o hormônio para manter a libido em alta ( IARA BIDERMAN)

Além de proclamar os benefícios do hormônio masculino, com o qual se trata há três anos, ela o recomenda a todas: "Usem testosterona. Em gel, pílula ou adesivos".
Apesar de não ser médica para receitar hormônios, Fonda não está falando bobagem, segundo especialistas.
"Temos várias pesquisas mostrando que a testosterona é eficaz para melhorar a libido na menopausa", afirma Edmund Baracat, professor de ginecologia da Faculdade de Medicina da USP.
No Brasil, não há fórmulas prontas do hormônio para uso feminino, mas muitos médicos mandam manipular a testosterona em farmácia, na forma de gel (que é aplicado no antebraço ou na barriga) ou em pílulas. Adesivos só são vendidos na Europa.
Embora seja um hormônio sexual masculino, a testosterona também é produzida, em menor quantidade, pela mulher. Sua produção, como a de outros hormônios, diminui com o envelhecimento.
"Na menopausa, a queda da testosterona é menor do que a de estrógeno. Não dá para saber se a mulher precisa repor, o exame só detecta se a testosterona está mais alta do que o normal", diz Ruth Clapauch, diretora de endocrinologia feminina da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia.
Para essa médica, embora o efeito na libido seja comprovado, o uso em mulheres é questionável. "Pode causar acne, aumentar os pelos e engrossar a voz, e não sabemos os riscos a longo prazo."
Já o patologista Paulo Perin, do Centro Especializado em Reprodução Humana, de São Paulo, afirma que as doses usadas em mulheres (entre 150 e 300 microgramas) são muito baixas para apresentar riscos. As contraindicações estão ligadas a problemas cardiovasculares, hepáticos ou renais.

Editoria de Arte / Folhapress

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