4.03.2012

Ter parceiro com câncer é fator de risco para doença coronariana e AVC

Câncer

Segundo pesquisa, stress provocado pela situação pode aumentar em até quase 30% as chances de uma pessoa desenvolver os problemas

Risco associado: o stress e a depressão que acompanham quem tem um parceiro com câncer afetam o sistema nervoso, a pressão sanguínea e quadros de inflamação
 Risco associado: o stress e a depressão que acompanham quem tem um parceiro com câncer afetam o sistema nervoso, a pressão sanguínea e quadros de inflamação (Thinkstock)
Pessoas cujo cônjuge sofre de câncer correm maior risco de serem acometidas por uma doença coronariana ou por um acidente vascular cerebral (AVC), segundo um estudo publicado na edição deste mês do periódico Circulation. Os pesquisadores acreditam que o stress psicológico gerado por essa situação seja o principal culpado pelo aumento desse risco. O trabalho foi desenvolvido na Universidade de Lund, na Suécia.

DOENÇA CORONARIANA
Também chamada de coronariopatia, é uma frequente doença cardiovascular na qual o transporte que leva o sangue ao músculo cardíaco está bloqueado parcial ou completamente. É provocada pelo depósito de colesterol e outras gorduras nas paredes das artérias coronárias. Embora atinja os dois sexos, atinge os homens em geral dez anos mais cedo que as mulheres, que costumam desenvolver a doença após a menopausa. Idade avançada, pertencer ao sexo masculino, e ter histórico familiar na doença na família são alguns dos fatores de risco do problema, que também envolvem hábitos de vida, como tabagismo, má alimentação, sedentarismo e obesidade.
De acordo com os autores do estudo, já se sabe que ter um familiar que sofre de câncer pode acarretar problemas de saúde mental, como depressão, nas pessoas próximas. Outras pesquisas já haviam sugerido que o stress e a depressão que acompanham essa situação afetam o sistema nervoso, a pressão sanguínea e quadros de inflamação, que podem provocar doença coronariana e AVC. O risco desses dois problemas de saúde especificamente foi o objeto de estudo dessa nova pesquisa.
No trabalho, a equipe analisou dados de pessoas inscritas no Registro Sueco de Câncer e de seus familiares a partir do Registro Sueco de Multi-Geração. Depois, compararam essas informações com as de indivíduos que não tinham parceiros com câncer.
Os resultados mostraram que o risco de uma pessoa cujo cônjuge sofre de câncer ter uma doença coronariana foi 13% maior em relação aos indivíduos cujos parceiros não sofriam da doença. Em relação ao AVC, essas chances foram 29% mais elevadas. Segundo os autores do estudo, a principal hipótese é a de que o stress negativo ao qual um cônjuge de um paciente com câncer está exposto facilite o desenvolvimento dessas doenças.
"Nosso estudo mostra que as pessoas cujo parceiro tem câncer também devem merecer cuidados médicos", afirma Jianguang Ji, coordenador do estudo. "E prevenir o stress psicológico se mostrou essencial para a saúde desses indivíduos",

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