As mulheres começaram a competir nos Jogos Olímpicos em 1900. Ao longo de 112 anos, acumularam uma série de conquistas. Destacamos algumas delas
Em 1896, o barão Pierre de Coubertin recuperou a tradição grega para a Era Moderna. Coubertin acreditava que a educação formal e a prática esportiva deveriam caminhar lado a lado. Apesar do tom progressista, o aristocrata francês preferiu ser fiel a velhos preceitos, e as mulheres acabaram de fora da nova versão dos Jogos.
A despeito das ressalvas de Coubertin, a proibição não durou muito. Em 1900, 22 mulheres competiram na Olimpíada de Paris, em meio a 975 atletas homens. Competiram no tênis, vela, croquete, hipismo e golfe.
Apesar do avanço, a participação das mulheres continuou a ser vetada em algumas modalidades. Elas eram consideradas mais fracas e mais sensíveis, e acreditava-se que o esforço físico iria masculinizá-las ou provocar envelhecimento precoce. Em 1928, seis mulheres desmaiaram depois de correr a prova de 800 metros nos Jogos de Amsterdã. O incidente deu força aos detratores: o jornal The New York Times publicou que “mesmo essa distância exigia de mais das capacidades femininas”. Àquela altura, as atletas já marcavam presença nos Jogos há quase 30 anos. Mas corridas de longa distância não eram recomendadas. Com isso, a maratona feminina entrou para os Jogos somente em 1984, na Olimpíada de Los Angeles.
De 1900 a 2012, quase toda edição olímpica assistiu à introdução de uma modalidade feminina – das 30 edições dos Jogos ocorridas neste período, apenas 9 não passaram por isso. Desde 1991, todo novo esporte a ser incluído deve vir acompanhado pelo seu equivalente feminino.
Mas ainda há espaço para avanços. Este ano, o Qatar vai enviar atletas para as competições pela primeira vez: a nadadora Nada Arkaji e a velocista Noor al-Maliki. Em fevereiro, a organização de defesa dos direitos humanos Humans Rights Watch publicou um relatório pedindo o banimento da Arábia Saudita da Olimpíada de Londres. O motivo? O país nunca teve uma representante mulher.
Ao longo de 112 anos, diversas mulheres se destacaram, pelo seu desempenho e pioneirismo. Época destacou 10 delas, entre brasileiras e estrangeiras. Quem você adicionaria a essa lista?
No Brasil
2008 foi um ano bom para o esporte brasileiro – o país levou uma delegação recorde para Pequim (277 atletas) e o vôlei feminino foi campeão. Mas o grande destaque foi Maurren Maggi – ao saltar a 7,04 m de altura, a atleta se tornou campeã da modalidade e garantiu o primeiro ouro feminino em um esporte individual.
No mundo
Charlotte Cooper (Paris, 1900) – a tenista inglesa foi a primeira campeã olímpica da história. Nos jogos de 1900, em Paris, as mulheres competiram em 4 modalidades: tênis, vela, croquete, hipismo e golfe. Mas apenas golfe e tênis tiveram competições exclusivamente femininas. Além da medalha Olímpica, a atleta ainda venceria o tradicional torneio de Wimbledon cinco vezes entre 1895 e 1908.
Alice Coachman (Londres, 1948) – nascida no estado Americano da Georgia em 1923, Coachman foi a primeira mulher negra a se tornar campeã olímpica, ao vencer a competição de salto em altura nos Jogos de Londres de 1948. Seu salto atingiu a marca de 1,68m de altura. Apesar do feito, ao voltar para os Estados Unidos ela continuou a ser proibida de treinar junto das atletas brancas.
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