Segundo o presidente do Comitê Olímpico Saudita, as atletas poderão participar, a convite do COI, mas não farão parte da delegação oficial
Dalma é linda e é medalha de bronze nos jogos olímpicos da juventude, mas Dalma é árabe e não poderá disputar as olimpíadas de Londres. As mulheres na Arábia Saudita são consideradas pessoas de segunda classe e portanto são descriminadas pela religião adotada por esses fanáticos
Sob pressão internacional, o reino havia concordado em estudar o envio de atletas a Londres. Em março, em uma reunião com representantes do COI, o Comitê Olímpico Saudita apresentou uma lista com nomes em potencial. “O COI está confiante de que a Arábia Saudita está trabalhando para incluir mulheres, atletas e oficiais, nos Jogos Olímpicos de Londres, em acordo com as regras das federações internacionais”, comunicou o COI no dia 18 de março.
Um dos nomes fortes apontados para participar dos Jogos era o da atleta equestre Dalma Rushdi Malhas. Dalma conquistou a medalha de bronze na competição de saltos durante os Jogos Olímpicos da Juventude em 2010, dos quais participou a convite do COI. Sem apoio do Comitê Saudita, suas despesas durante as competições foram custeadas pela própria família.
Faisal ainda acrescentou que, da mesma forma que Dalma, as atletas poderão participar da Olimpíada de Londres, caso convidadas pelo COI, sob a condição de que não violem as regras estabelecidas pela sharia, a lei islâmica. Em 2010, Dalma precisou ser acompanhada por um guardião masculino para ser autorizada a participar dos Jogos.
Atualmente, a Arábia Saudita, o Brunei e o Catar são os únicos países que nunca enviaram atletas para as olimpíadas. O Catar, candidato a sede dos Jogos de 2020, anunciou a nadadora Nada Arkaji e a velocista Noor al-Maliki como suas representantes em Londres. O Brunei afirma que enviará mulheres caso elas alcancem o índice para se classificar para as disputas.
Em fevereiro, a organização de direitos humanos Human’s Rights Watch publicou um relatório criticando a postura saudita em relação à prática de esportes pelas mulheres e pediu o banimento do país dos Jogos deste ano.
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Segundo o relatório da ONG, a Arábia Saudita adota uma série de
políticas discriminatórias que impendem as mulheres de competir: não há
aulas de educação física para as alunas nos colégios sauditas, o governo
oferece apoio apenas a clubes exclusivamente masculinos e não inclui as
mulheres em seus programas olímpicos. De acordo com a organização, tais
atitudes violam os princípios do movimento olímpico, o que justifica o
banimento do país da próxima edição dos Jogos: “Enquanto o mundo se
prepara para a Olimpíada de 2012, o governo saudita sistematicamente
exclui as mulheres da prática de esportes e educação física, jamais
tendo enviado uma mulher aos Jogos, sem que nenhuma penalidade tenha
sido aplicada pelas autoridades olímpicas internacionais”, diz o
relatório da Human Rights Watch.
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