O cardápio da Páscoa já não é mais um sofrimento para os diabéticos. Saiba como aproveitar esta época.
Já faz tempo que a Páscoa não representa um
problema na vida de um diabético. Com ovos de chocolate dos mais
diversos tamanhos, sabores e combinações, fica fácil encontrar um na
versão diet, que se encaixa perfeitamente na alimentação deste grupo de
pessoas que cresce a cada ano.
No Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde, estima-se que existam cerca de 11 milhões de portadores de diabetes,
sendo que somente 7,5 milhões são diagnosticados. Muitos não sabem, mas
o consumo do chocolate, assim como o da maioria dos alimentos, não é
proibido, devendo, apenas, ser moderado para não trazer complicações à
saúde.
“É importante que o paciente mantenha hábitos saudáveis,
como a prática de exercícios diários e uma alimentação mais controlada,
sem excessos calóricos e refeições menos ricas em gordura do que o
usual”, explica Dr. Fadlo Fraige Filho, chefe de Serviço de
Endocrinologia do Hospital Beneficência Portuguesa e presidente da
Associação Nacional de Assistência ao Diabético (ANAD).
De acordo com o especialista, durante a Páscoa, o diabético deve ingerir preferencialmente carnes brancas
com um prato bem variado e colorido de salada com verduras e legumes
crus: alface, rúcula, tomate, cenoura ralada, rabanete, pepino. É
aconselhável que se compense o consumo de chocolate com menor ingestão
de carboidratos, com o intuito de haver menos impacto em relação ao peso
corporal e à glicemia.
“O ideal é evitar tubérculos, como batata e mandioquinha, entre
outros. Se consumidos, devem ser em pequena quantidade”, alerta dr.
Fadlo, ressaltando que a falta de controle da diabetes pode elevar o risco de aparição de outros quadros clínicos como infartos, derrames e problemas cardiovasculares.
A doença também pode afetar alguns órgãos como rins,
iniciando com hipertensão e depois insuficiência renal; olhos, quando a
retinopatia diabética acarreta pequenas hemorragias na retina levando à
cegueira; e nervos, caracterizando a perda da sensibilidade ou tato,
geralmente de membros inferiores.
O que é diabetes
A diabetes é caracterizada pelo aumento anormal de açúcar no sangue,
sendo uma das cinco doenças que mais matam no país. “Por ter uma
evolução silenciosa, é importante ficar atento aos grupos de risco:
pessoas com pressão alta, nível de colesterol elevado, histórico
familiar e mulheres que tiveram filhos acima dos 4 kg são casos que
merecem atenção no acompanhamento das taxas glicêmicas”, afirma o
endocrinologista Dr. Fadlo Fraige Filho, chefe de Serviço de
Endocrinologia do Hospital Beneficência Portuguesa e presidente da
Associação Nacional de Assistência ao Diabético (ANAD).
A população do diabéticos atingem pelo menos 245 milhões de pessoas em todo
o mundo, segundo dados do ministério da Saúde. De acordo com o órgão,
estima-se que em 30 anos, este número chegue à marca de 380 milhões.
“Existem dois tipos de Diabetes, o tipo I, ou
insulinodependente, e o tipo II, ou não insulinodependente. No primeiro
caso, a doença ocorre por falência do pâncreas. Normalmente, restam
apenas 20%, ou menos, de células pancreáticas que ainda funcionam, ou
seja, produzem insulina. Neste caso, o tratamento precisa ser feito com
insulina diariamente”, explica a Endocrinologista Maria Paula Pillar.
Ela destaca que a diabete tipo I ocorre com mais frequência em crianças ou
jovens de 25 a 30 anos, podendo iniciar ainda bebê. “A causa pode ser
um processo imunológico e não tem relação com o estilo de vida”, diz a
médica.
Já a diabete tipo II é aquela que ocorre em uma fase
mais tardia da vida, após os 40 anos, e está diretamente relacionada ao
estilo de vida e a fatores hereditários. “Nesse caso, o pâncreas tem
células produtoras de insulina, no entanto, essa insulina tem uma
qualidade ruim e não funciona direito. Além disso, com o tempo, as
células vão se cansando e deixando de produzir esta insulina. Por isso
que o Diabetes é uma doença progressiva”, ressalta Dra. Maria Paula.
Os sintomas de ambos os tipos da doença são
parecidos: cansaço, visão turva, sede, aumento das micções
(principalmente durante o sono) e fome. No caso do tipo I, os sintomas
são mais graves e também podem causar perda de peso e desidratação.
Para os portadores de diabete tipo II, o tratamento é feita à base de remédios,
os chamados hipoglicemiantes, além das mudanças necessárias no estilo
de vida, como uma nova dieta, a prática de exercícios físicos, o fim do
vício do cigarro, entre outras.
Segundo a endocrinologista, “a dieta é apropriada é
fundamental não só no controle da doença, mas, também, na sua prevenção,
já que a obesidade é uma das grandes causas de Diabetes nos dias
atuais. A atividade física também faz parte do tratamento e serve não só
para o paciente perder peso, mas, também, para gastar energia
(glicose). Não existe uma atividade melhor, apenas precisa ser feita com
regularidade”.
A médica ainda explica que o açúcar está proibido
por completo e deve ser substituído por um adoçante. Alimentos adoçados
artificialmente podem ser consumidos com limite, sempre respeitando os
rótulos: Diet é um produto sem açúcar e Light, um produto com menos
calorias/gorduras.
“As refeições precisam ser balanceadas: 50% carboidratos (Integrais,
de preferência), 30% gorduras e 20% proteínas. O mais importante é
comer com moderação! Existem diversas formas de tratamento, mas devem
ser escolhidas de forma individual. Cada caso tem a sua indicação, tanto
para as insulinas como para os remédios orais”, conclui a
endocrinologista.
DIABETES TIPO 1: PESQUISA APONTA DESCOBERTA DE CURA
Estudos afirmam que é possível curar a doença.
Os primeiros testes pré-clínicos, realizados pelos pesquisadores, aconteceram em camundongos. A estratégia foi alterar geneticamente os roedores para que produzissem quantidades menores de uma substância conhecida como glucagon, responsável por impedir que os níveis de glicose fiquem muito baixos.
De acordo com a farmacêutica Jeana Escher, existem muitos estudos para buscar informações referentes à prevenção e cura da diabetes 1 e 2. “A diabetes tipo 1, além de ser uma patologia crônica onde o paciente necessita das doses diárias de insulina, pode trazer uma série de complicações como as alterações vasculares, gerando os danos e falência de órgãos como rins, olhos, nervos, coração e vasos sanguíneos”, diz, ela.
Os estudiosos norte-americanos esperam que os resultados obtidos com os camundongos comprovem que, caso os níveis de glucagon consigam ser controlados, a insulina se torna supérflua, já que os níveis de glicemia estariam normais, dispensando, assim, as injeções da substância para equilibrar a “balança” do açúcar.
“Essa descoberta poderá melhorar a qualidade de vida dos portadores de diabetes tipo 1 e, com isso, muitas complicações decorrentes desta patologia serão evitadas”,
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