10.01.2011

Síndrome do Sotaque Estrangeiro

Após derrame, escocesa passa a falar com sotaque italiano

Debbie McCann, de 48 anos, nunca visitou a Itália.
Síndrome do Sotaque Estrangeiro afeta somente 60 pessoas no mundo.

Do G1, em São Paulo
Debbie McCann agora tem sotaque italiano sem conhecer o idioma (Foto: Caters)A escocesa Debbie McCann agora tem sotaque
italiano mesmo conhecer o idioma. (Foto: Caters)
Uma mulher de 48 anos sofreu um derrame em Glasgow, na Escócia, e acordou falando com sotaque italiano. Debbie McCann nunca visitou a Itália e tinha um forte acento escocês antes de ser hospitalizada. As informações são do jornal britânico "Daily Mail".
Semanas após o derrame, ocorrido em novembro de 2010, a escocesa foi perdendo a habilidade para falar e somente voltar a se comunicar com uma voz que ela não reconhecia. O diagnóstico veio em junho: ela era portadora da "Síndrome do Sotaque Estrangeiro", uma condição rara que afeta somente 60 pessoas no mundo.
Debbie conta que nas primeiras duas semanas, ela não conseguia falar nada. Quando finalmente recuperou a voz, ela afirma que soava como uma pessoa chinesa. Com o tempo, as pessoas ao seu redor a disseram que ela parecia mais como alguém da Itália.
A condição de Debbie acontece quando a pessoa sofre algum dano no cérebro ou sofre um derrame ou enxaquecas fortes. Agora, a escocesa sente vergonha ao falar e reclama do impacto negativo do novo sotaque em sua vida. Ela também mistura algumas palavras em inglês quando escreve.
Avó de duas crianças, a mulher disse que no começo a mudança era engraçada, mas agora ela passa por terapias para recuperar a voz antiga. Momentos antes do derrame, ela estava sozinha com a filha Julieanne em casa, quando suas mãos começaram a tremer e sua voz sumir.
Apesar dos médicos terem explicado a Debbie que ela teve um pequeno derrame, os exames de ressonância magnética que a escocesa fez não revelaram nenhuma lesão no cérebro.
Debbie irá visitar um neurologista em novembro, quando espera receber mais detalhes sobre o que aconteceu no seu cérebro. Desde o incidente, ela não consegue mais dirigir e sente fraqueza no lado direito do corpo.
O primeiro caso diagnosticado da Síndrome do Sotaque Estrangeiro aconteceu na década de 1940, quando um norueguês começou a falar com forte sotaque alemão após ter sido atingido por um estilhaço na cabeça.
Segundo a médica Anja Lowitt, especialista da Universidade Strathclyde, a síndrome acontece quando o paciente começa a reproduzir sons ou entonações que são típicos de outras línguas. Não há cura disponível para a síndrome, sendo que alguns portadores perdem o sotaque após um ou dois anos. Outros, porém, não têm a mesma sorte e ficam o resto da vida com a voz diferente.

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