A depressão pós-casamento pode atingir homens e mulheres e merece cuidado
Juntar os "trapinhos” ainda é o sonho de muita gente. Dados indicam que em 2010, o índice de casamento foi o maior em uma década. O que poucos sabem é que depois da cerimônia, da lua de mel e da euforia dos primeiros dias, há um grupo de pessoas que passam por um estresse intenso, chamado de depressão pós-casamento.
Mas, como saber se a depressão pós-casamento te atingiu? De acordo com Heloisa, a depressão, num primeiro momento, ocorre devido ao término dos preparativos para o casamento. As mil ocupações dão espaço a um vazio. Do centro das atenções, passa-se a viver uma nova etapa e é necessária uma adaptação. A perda dos papéis de filho e irmão para assumir outro de pessoa casada, marido ou esposa responsável pela casa, pode despertar sentimentos de angústia.
“As pessoas mudam e deixam coisas para trás para seguirem seus caminhos e precisam elaborar esse novo status. Também vivem as perdas, conscientes ou não, de sonhos românticos, expectativas às vezes impossíveis, ilusões de liberdade, de segurança. Com o início da vida de casado, pode-se sentir certas tensões relacionadas à morte das expectativas românticas em função da rotina que fatalmente se instala. As pessoas levam para o casamento idealizações que no dia a dia não consegue realizar. Tudo isso pode passar da angústia para uma depressão, se não for dada a devida atenção ao fato”, disse a especialista.
E quem acredita que esses sintomas são típicos somente das mulheres, engana-se. De acordo com a psicóloga, os homens também têm depressão pós-casamento. “Além de fatores externos, os fatores internos de idealizações, expectativas e perdas estão presentes neles também”, afirmou.
Para tentar evitar traumas futuros, Heloisa esclarece que a etapa do namoro é fundamental para um conhecer bem o outro, identificar pontos comuns, checar se existem projetos e valores semelhantes e também os pontos de divergência, para que possam conversar e encontrar soluções.
“Outro ponto importante é ter uma visão realista da vida e saber que poderão ocorrer problemas. É importante que o casal tenha uma atitude de cooperação e de flexibilidade nesses momentos. Após o casamento, é preciso reforçar esses acordos, buscar sempre uma intimidade adequada e viver o amor de forma real, sem perder o romantismo. O importante é não deixar que os primeiros sinais de problemas sejam encarados como o fim, e lembrar que para cada novo momento há um stress da novidade e a necessidade de adaptação”, disse.
Diálogo
Conversar ainda é a melhor solução para sair deste estado de depressão que não combina em nada com a vida de recém-casado. De acordo com a especialista, dialogar de maneira produtiva sempre é uma boa opção. “Se isso não adiantar ou um dos cônjuges não conseguir superar a questão, vale buscar ajuda profissional para o casal ou para os pares individualmente”.
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