Ontem eu não conseguia dormir, ficava pensando nele. É difícil confessar, na verdade tenho sido durona com o amor, mandei ele sumir pra nunca mais me fazer sofrer. Deixei claro que não acreditava mais nele, insisti que o amor não me pertencia.
Fiz meu coração virar uma pedra de gelo, esqueci de me sensibilizar, e tenho seguido assim. Há quanto tempo? Não sei. Mas sei que foi o tempo necessário pra esquecer da sensação mais bonita e mais triste que a experiência humana pode conhecer.
Mas hoje não. Eu acordei com vontade de chorar, um choro que não é triste. Vontade de chorar de amor, um choro que é doído, e ao mesmo tempo libertador.
Olhando nos olhos dele, senti um pouco da camada de proteção que me impus ir derretendo, senti a dureza e aspereza das palavras se desfazendo. Não pensei nos meus problemas, esqueci que eu sofro tanto. Esqueci porque agora só consigo pensar nele, e em como me dói.
Penso na distância que existe entre nós. Penso no que nos afasta. Penso no que vai dar errado, e mesmo assim penso…penso porque o amor é a única dor que eu me permito sentir, sem remédios, sem solução.
E o amor não será isso? Um despertar pra esperança, mesmo que ela seja só uma ínfima luz no fim do túnel?
Eu não sei a resposta. Como um barquinho, apenas navego, sentindo o vento nos olhos. Vou ficar parada e quietinha, me deliciando com o sabor de quem descobre que a vida não acaba na metade, que só acaba com um ponto final, e por enquanto, eu só aceito as reticências….
Karina Machado
Nenhum comentário:
Postar um comentário