Se, para você, Meg Cabot, Sophie Kinsella, Marian Keyes, Danielle Steel, Candace Bushnell, Helen Fielding são mais do que nomes de mulheres gringas, cuidado. Sua vida sexual e amorosa pode estar em risco.
Pelo menos é isso que defende um artigo publicado na Journal of Family Planning and Reproductive Health Care. Segundo o texto, a leitura de romances água com açúcar – como os escritos por todas as autoras acima – pode gerar problemas de relacionamento, criar expectativas irreais sobre sexo e levar a relações sexuais sem camisinha e a gravidez indesejada.
A autora, a psicóloga Susan Quilliam, diz que muitas mulheres que chegam ao seu consultório baseiam suas decisões nesse tipo de literatura – e não na realidade. Como as heroínas, as pacientes esqueceriam da camisinha em nome do romance – de fato, você se lembra de cenas envolvendo preservativo em romances? –, esperariam orgasmos múltiplos com a penetração e uma libido em constante alta, mesmo depois de anos de relacionamento.
Para Susan, as mulheres estão muito mais expostas aos romances do que à educação sexual formal. E é difícil discordar dela nisso. Seu artigo revela que, em alguns países ocidentais, os romances são quase a metade de todos os livros de ficção vendidos. As mais entusiastas leem até 30 títulos por mês. É tempo demais lendo ficção para muito pouco de educação sexual – quando a educação sexual existe!
Susan até admite que alguns romances de hoje são mais “reais”, com mulheres que trabalham e têm problemas no relacionamento, mas diz que ainda há muito “escapismo, perfeccionismo e idealização” no gênero. A dúvida é: quanto essa idealização afeta a vida real das mulheres?
Recentemente, outra psicóloga, Juli Slattery, escreveu que os romances “desequilibram de forma perigosa” a vida das leitoras. E foi duramente criticada por editoras e leitoras, que argumentavam que a maioria das pessoas é capaz de discernir entre a realidade e a fantasia.
O que você acha: os relacionamentos cor-de-rosa dos romances são uma influência ruim na vida das mulheres? Ou somos capazes de separar o sonho da realidade?
Tendo a acreditar no poder de influência da cultura, como a literatura e o cinema nas nossas vidas. E acho que, para algumas pessoas, os romances e as comédias românticas são obstáculos a uma vida mais real – e feliz. Mas não são só as mulheres as vítimas da idealização.
Quem aí não encontrou um homem que espera da parceira o desempenho de uma estrela pornô?
De certa forma, os romances para mulheres podem ser tão perigosos quanto a pornografia para os homens.
Revista Época
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