Não critique nem duvide que ele/ela esteja falando a verdade;
Incentive a criança ou adolescente a falar sobre o ocorrido, mas não os obrigue;
Fale sempre em ambiente isolado para que a conversa não sofra interrupções;
Evite tratar do assunto com aqueles que não poderão auxiliar;
Denuncie e procure ajuda profissional;
Converse de um jeito simples e claro para que a criança e/ou adolescente entendam o que você está querendo dizer;
Não as trate com piedade e sim com compreensão;
Nunca desconsidere os sentimentos da criança e ou/ do adolescente;
Esclareça à criança e /ou ao adolescente que a culpa não é dela/dele.
Mito
O abusador sexual é um psicopata, um tarado que todos reconhecem na rua, um homem mais velho.
Realidade
Na maioria das vezes, são pessoas aparentemente normais e queridas pelas crianças e pelos adolescentes.
Mito
O pedófilo tem características próprias que o identifiquem
Realidade
Do ponto de vista da aparência física, o pedófilo pode ser qualquer pessoa
Mito
É impossível prevenir o abuso sexual de crianças e adolescentes
Realidade
Há maneiras práticas e objetivas de proteger as crianças e os adolescentes do abuso sexual
Mito
O abuso sexual, na maioria dos casos, ocorre longe da casa da criança e /ou do adolescente
Realidade
O agressor sexual tem inteira responsabilidade pela violência sexual, qualquer que seja a forma por ele assumida
Mito
O abuso sexual se limita ao estupro
Realidade
Além do ato sexual com penetração, outros atos são considerados abuso sexual, como o manipulação de órgãos sexuais, a pornografia e o exibicionismo.
Mito
É fácil identificar o abuso sexual em razão das evidências físicas encontradas nas vítimas.
A deputada e presidente da comissão de direitos e garantias fundamentais e de amparo à família e à mulher, Ana Paula Lima (PT) emocionou a tribuna da Assembleia Legislativa de SC. Durante seu discurso falou sobre os abusos sexuais cometidos contra crianças e adolescentes no estado. “Esses crimes acontecem, na maioria das vezes, dentro de casa. Essas crianças e adolescentes, que são o nosso futuro, estão desprotegidas”, lamentou Ana Paula. Na opinião da parlamentar, o poder executivo precisa “dar o exemplo” e assinar o plano estadual pelo fim da violência e exploração sexual infanto-juvenil, amplamente debatido e elaborado por entidades da sociedade civil.
As denúncias anônimas podem ser feitas pelo telefone, através do número 100.
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Veja um trecho da página de André Salame Seabra sobre abuso sexual:
"O abuso sexual infantil (ASI) é definido como a
exposição de uma criança a estímulos sexuais impróprios para sua
idade, seu nível de desenvolvimento psicossocial e seu papel na família.
A vítima é forçada fisicamente ou coagida verbalmente a participar da
relação sem ter, necessariamente, a capacidade emocional ou cognitiva
para consentir ou julgar o que está acontecendo.
The American Humane Association, em seus mais recentes
estudos, estima o abuso sexual de crianças e adoslecentes nos Estados
Unidos em 450 mil casos por ano. Apesar desses números serem altos, é
consenso que o número de casos não relatados seja maior que o número de
casos notificados, devido ao segredo e vergonha que são inerentes ao ASI.
Estima-se que uma em cada três mulheres e um de cada seis homens passem
por um episódio de abuso sexual.
Estudos têm revelado
que os homens se abstêm de notificar o abuso sexual, devido ao medo e à
vergonha de serem rotulados como homossexuais. Sabe-se, também, que 80%
das vítimas de ASI conhecem seus abusadores. Desse grupo, aproximadamente
68% é membro da própria família. 80% dos abusadores são homens e 20%
mulheres. A média de idade do início do ASI é de 9,2 anos para as
mulheres e 7,8 a 9,7 para os homens.
Dos casos de ASI
intrafamiliar, 75% é pai-filha (incluindo padrastos, namorados da
genitora morando na mesma casa, ou outros que tenham papel paternal),
enquanto 25% dos casos são de mulheres-criança ou irmã- irmã.
Esses
estudos indicam que meninas são mais abusadas sexualmente dentro do
ambiente familiar, enquanto garotos e crianças maiores são mais abusados
fora da família.
No Brasil, O Serviço de Advocacia da Criança (SAC), entidade ligada à Ordem dos Advogados do Brasil, fez uma pesquisa a partir de processos registrados em 1988,1991 e 1992 para chegar à seguinte cifra: das 20.400 denúncias de maus-tratos `a criança que chegam anualmente ao conhecimento da Justiça, 13% referem-se a situações de abuso sexual, o que resulta em 2.700 novos casos a cada 12 meses.
O ASI
pode ser intrafamiliar ou extrafamiliar; este, por sua vez, pode ser com
adultos conhecidos ou desconhecidos. Menção especial deve ser feito aos
abusos sexuais institucionais, os quais são perpetrados em instituições
encarregadas de zelar pelo bem-estar da criança.
O ASI
intrafamiliar é definido como qualquer forma de atividade sexual entre
uma criança e um membro imediato da família ( pai, padrasto, irmão ),
extensivo ( tio, avô, tia, primo )ou parentes substitutos ( um adulto o
qual a criança considere como um membro da família ).
O ASI intrafamiliar também é conhecido com incesto. Existem cinco tipos de relações incestuosas: pai-filha, irmão-irmã, mãe-filha, pai-filho, mãe-filho. Destes, é possível que irmão-irmã seja o tipo mais comum. Entretanto, o mais relatado é entre pai e filha (75% dos casos ). Mãe-filho é considerado o tipo mais patológico, sendo freqüente sua associação com psicose. Por outro lado, o do tipo irmão-irmã provavelmente acarrete menores seqüelas." veja a página toda |
A Criança Abusada
Devido ao fato da criança
muito nova não ser preparada psicologicamente para o estímulo sexual, e
mesmo que não possa saber da conotação ética e moral da atividade
sexual, quase invariavelmente acaba desenvolvendo problemas emocionais
depois da violência sexual, exatamente por não ter habilidade diante
desse tipo de estimulação.
A criança de cinco anos ou pouco mais, mesmo conhecendo e
apreciando a pessoa que o abusa, se sente profundamente conflitante entre
a lealdade para com essa pessoa e a percepção de que essas atividades
sexuais estão sendo terrivelmente más. Para aumentar ainda mais esse
conflito, pode experimentar profunda sensação de solidão e abandono.
Quando os abusos sexuais ocorrem na família, a criança pode
ter muito medo da ira do parente abusador, medo das possibilidades de
vingança ou da vergonha dos outros membros da família ou, pior ainda,
pode temer que a família se desintegre ao descobrir seu segredo.
A criança que é vítima de abuso sexual prolongado,
usualmente desenvolve uma perda violenta da auto-estima, tem a sensação
de que não vale nada e adquire uma representação anormal da
sexualidade. A criança pode tornar-se muito retraída, perder a confiaça
em todos adultos e pode até chegar a considerar o suicídio,
principalmente quando existe a possibilidade da pessoa que abusa ameaçar
de violência se a criança negar-se aos seus desejos.
Algumas crianças abusadas sexualmente podem ter dificuldades
para estabelecer relações harmônicas com outras pessoas, podem se
transformar em adultos que também abusam de outras crianças, podem se
inclinar para a prostituição ou podem ter outros problemas sérios quando
adultos.
Comumente as crianças abusadas estão aterrorizadas, confusas
e muito temerosas de contar sobre o incidente. Com freqüência elas
permanecem silenciosas por não desejarem prejudicar o abusador ou
provocar uma desagregação familiar ou por receio de serem consideradas
culpadas ou castigadas. Crianças maiores podem sentir-se envergonhadas
com o incidente, principalmente se o abusador é alguém da família.
Mudanças bruscas no comportamento, apetite ou no sono pode ser
um indício de que alguma coisa está acontecendo, principalmente se a
criança se mostrar curiosamente isolada, muito perturbada quando deixada
só ou quando o abusador estiver perto.
O comportamento das crianças abusadas sexualmente
pode incluir:
Algumas vezes, entretanto, crianças ou adolescentes
portadores de Transtorno
de Conduta severo fantasiam e criam falsas informações em relação
ao abuso sexual.
Quem é o Agressor Sexual
Mais comumente quem abusa sexualmente de crianças são
pessoas que a criança conhece e que, de alguma forma, podem controla-la.
De cada 10 casos registrados, em 8 o abusador é conhecido da vítima.
Esta pessoa, em geral, é alguma figura de quem a criança gosta e em quem
confia. Por isso, quase sempre acaba convencendo a criança a participar
desses tipos de atos por meio de persuasão, recompensas ou ameaças.
Mas, quando o perigo não está dentro de casa, nem na
casa do amiguinho, ele pode rondar a creche, o transporte escolar, as
aulas de natação do clube, o consultório do pediatra de confiança e,
quase impossível acreditar, pode estar nas aulas de catecismos da paróquia.
Portanto, o mais sensato será acreditar que não há lugar absolutamente
seguro contra o abuso sexual infantil.
Segundo a Dra.
Miriam Tetelbom, o incesto pode ocorrer em até 10% das famílias. Os
adultos conhecidos e familiares próximos, como por exemplo o pai,
padrasto ou irmão mais velho são os agressores sexuais mais freqüentes
e mais desafiadores. Embora a maioria dos abusadores seja do sexo
masculino, as mulheres também abusam sexualmente de crianças e
adolescentes.
Esses casos começam lentamente através de sedução
sutil, passando a prática de "carinhos" que raramente deixam
lesões físicas. É nesse ponto que a criança se pergunta como alguém em
quem ela confia, de quem ela gosta, que cuida e se preocupa com ela, pode
ter atitudes tão desagradáveis.
A Família da Criança Abusada Sexualmente
A primeira reação da família diante da notícia de
abuso sexual pode ser de incredulidade. Como pode ser comum crianças
inventarem histórias, de fato elas podem informar relações sexuais
imaginárias com adultos, mas isso não é a regra. De modo geral, mesmo
que o suposto abusador seja alguém em quem se vinha confiando, em tese a
denúncia da criança deve ser considerada.
Em geral, aqueles que abusam sexualmente de crianças podem
fazer com que suas vítimas fiquem extremamente amedrontadas de revelar
suas ações, incutindo nelas uma série de pensamentos torturantes, tais
como a culpa, o medo de ser recriminada, de ser punida, etc. Por isso, se
a criança diz ter sido molestada sexualmente, os pais devem fazê-la
sentir que o que passou não foi sua culpa, devem buscar ajuda médica e
levar a criança para um exame com o psiquiatra.
Os psiquiatras da infância e adolescência podem
ajudar crianças abusadas a recuperar sua auto-estima, a lidar melhor com
seus eventuais sentimentos de culpa sobre o abuso e a começar o processo
de superação do trauma. O abuso sexual em crianças é um fato real em
nossa sociedade e é mais comum do que muita gente pensa. Alguns trabalhos
afirmam que pelo menos uma a cada cinco mulheres adultas e um a cada 10
homens adultos se lembra de abusos sexuais durante a infância.
O tratamento adequado pode reduzir o risco da criança
desenvolver sérios problemas no futuro, mas a prevenção ainda continua
sendo a melhor atitude. Algumas medidas preventivas que os pais podem
tomar, fazendo com que essas regras de conduta soem tão naturais quanto
as orientações para atravessar uma rua, afastar-se de animais ferozes,
evitar acidentes, etc. Se considerar que a criança ainda não tem idade
para compreender com adequação a questão sexual, simplesmente explique
que algumas pessoas podem tentar tocar as partes íntimas (apelidadas
carinhosamente de acordo com cada família), de forma que se sintam
incomodadas.
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Que fazer
Uma falsa crença é esperar que a criança abusada
avise sempre sobre o que está acontecendo. Entretanto, na grande maioria
das vezes, as vítimas de abuso são convencidas pelo abusador de que não
devem dizer nada a ninguém. A primeira intenção da criança é, de
fato, avisar a alguém sobre seu drama mas, em geral, nem sempre ela
consegue fazer isso com facilidade, apresentando um discurso confuso e
incompleto. Por isso os pais precisam estar conscientes de que as mudanças
na conduta, no humor e nas atitudes da criança podem indicar que ela é vítima
de abuso sexual.
Muitos pais se sentem totalmente despreparados e pegos
de surpresa quando sua criança é abusada, mas sempre devemos ter em
mente que as reações emocionais da família serão muito importante na
recuperação da criança.
Quando uma criança confia
a um adulto que sofreu abuso sexual, o adulto pode sentir-se muito
incomodado e não saber o que dizer ou fazer. Vejamos algumas sugestões (American
Academy of Child and Adolescent Psychiatry):
Finalmente, oferecer proteção
à criança, e prometer que fará de imediato tudo o que for necessário
para que o abuso termine.
No momento em que esse incidente vem à tona, devemos
considerar que o bem estar da criança é a prioridade. Se os familiares
estão emocionalmente muito perturbados nesse momento, o assunto deve ser
interrompido para que as emoções e idéias possam ser mais bem
organizadas. Depois disso, deve-se voltar a tratar do assunto com a criança,
explicando sempre que as emoções negativas são dirigidas ao agressor e
nunca contra a criança.
Não devemos apressar insensivelmente a criança para relatar
tudo de uma só vez, principalmente se ela estiver muito emocionada. Mas,
por outro lado, devemos encorajá-la a falar com liberdade tudo o que
tenha acontecido, escutando-a carinhosamente para que se sinta confiante.
Responda a qualquer pergunta que a esteja angustiando e esclareça
qualquer mal entendido, enfatizando sempre que é o abusador e não a
criança o responsável por tudo.
Se o abusador é um familiar a situação é bastante difícil
para a criança e para demais membros da família. Embora possam existir
fortes conflitos e sentimentos sobre o abusador, a proteção da criança
deve continuar sendo a prioridade. Abaixo, algumas condutas que devem ser
pensadas nos casos de violência sexual contra crianças.
Seqüelas
Felizmente, os danos físicos
permanentes como conseqüência do abuso sexual são muito raros. A
recuperação emocional dependerá, em grande parte, da resposta familiar
ao incidente (Embarazada.Com).
As reações das crianças ao abuso sexual diferem com a idade e com a
personalidade de cada uma, bem como com a natureza da agressão sofrida.
Um fato curioso é que, algumas (raras) vezes, as crianças não são tão
perturbadas por situações que parecem muito sérias para seus pais.
O período de readaptação depois do abuso pode ser
difícil para os pais e para a criança. Muitos jovens abusados continuam
atemorizados e perturbados por várias semanas, podendo ter dificuldades
para comer e dormir, sentindo ansiedade e evitando voltar à escola.
As principais seqüelas do abuso sexual são de ordem
psíquica, sendo um relevante fator na história da vida emocional de
homens e mulheres com problemas conjugais, psicossociais e transtornos
psiquiátricos.
Antecedentes de abuso sexual na infância estão
fortemente relacionados a comportamento sexual inapropriado para idade e nível
de desenvolvimento, quando comparado com a média das crianças e
adolescentes da mesma faixa etária e do mesmo meio sócio-cultural sem
história de abuso.
Em nível de traços no desenvolvimento da
personalidade, o abuso sexual infantil pode estar relacionado a futuros
sentimentos de traição, desconfiança, hostilidade e dificuldades nos
relacionamentos, sensação de vergonha, culpa e auto-desvalorização, à
baixa autoestima à distorção da imagem corporal, Transtorno Borderline
de Personalidade e Transtorno de Conduta.
Em relação a quadros psiquiátricos francos, o abuso
sexual infantil se relaciona com o Transtorno do Estresse Pós-traumático,
com a depressão, disfunções sexuais (aversão a sexo), quadros
dissociativos ou conversivos (histéricos), dificuldade de aprendizagem,
transtornos do sono (insônia, medo de dormir), da alimentação, como por
exemplo, obesidade, anorexia e bulimia, ansiedade e fobias.
Para referir:
Ballone GJ - Abuso Sexual Infantil, in. PsiqWeb, Internet, disponível em <http://www.virtualpsy.org/infantil/abuso.html> 2003 |
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