Segundo o banco, nenhum depositante de caderneta de poupança teve prejuízo e os clientes podem solicitar os valores devidamente corrigidos
A Caixa Ecônomica Federal rebateu em nota a acusação feita pela revista IstoÉ
desta semana de que teria “confiscado” R$ 719 milhões de contas
irregulares, que teriam aumentado em R$ 420 milhões o lucro do banco em
2012. Segundo a instituição financeira, o encerramento de quase 500 mil
cadastros com problemas no CPF ou CNPJ ocorreu de acordo com as regras
financeiras e o valor que entrou como parte dos ganhos será ajustado em
2013, conforme determinação do Banco Central.
Ainda conforme a Caixa, nenhum depositante de caderneta
de poupança teve prejuízo com o procedimento. Mesmo com o encerramento
das contas, os clientes podem solicitar a retirada dos valores,
devidamente corrigidos. “Até novembro de 2013, 6.483 titulares de contas
que haviam sido encerradas por erros de cadastro procuraram a Caixa
para reativar suas contas e ter acesso aos valores depositados. Todos
foram prontamente atendidos”, afirmou a entidade.
A reportagem da revista é baseada em relatórios da
Controladoria-Geral da União e do Banco Central. Em nota, o banco
estatal afirma que ela “falta com a verdade”, “é leviana” e
“irresponsável”. “(A Caixa) tomará todas as medidas judiciais para
restabelecer a verdade dos fatos e responsabilização pelos eventuais
danos causados à imagem da instituição”, diz o comunicado.
Entenda
A revista IstoÉ traz em sua edição desta semana a reportagem “O confisco secreto da Caixa”, que acusa o banco de encerrar 525.527 contas sem movimentação por até três anos, com valores entre R$ 100 e R$ 5 mil. Segundo relatório, o “confisco” somou R$ 719 milhões e foi considerado “potencial risco de imagem para todo o Sistema Financeiro Nacional”, conforme parecer do BC. O valor teria representado 12% do lucro de R$ 6,1 bilhões anunciado em 2012.
A revista IstoÉ traz em sua edição desta semana a reportagem “O confisco secreto da Caixa”, que acusa o banco de encerrar 525.527 contas sem movimentação por até três anos, com valores entre R$ 100 e R$ 5 mil. Segundo relatório, o “confisco” somou R$ 719 milhões e foi considerado “potencial risco de imagem para todo o Sistema Financeiro Nacional”, conforme parecer do BC. O valor teria representado 12% do lucro de R$ 6,1 bilhões anunciado em 2012.
A Caixa confirma que realizou, entre 2005 e 2011, uma
varredura em contas com irregularidades cadastrais, por meio de contato
com os clientes, por correspondência ou telefone, cruzamento de
informações e bloqueio da movimentação para levar o cliente a entrar em
contato com a agência. Segundo o banco, foram regularizadas 346 mil
contas, mas em 2012 outras 496.776 foram encerradas por irregularidades,
e não porque estavam inativas, como afirma a revista.
O banco estatal explica que o valor total destas contas
atingiu R$ 719 milhões e entrou para o balanço de 2012 como “credores
diversos”, ampliando os ganhos em R$ 420 milhões, após tributação. “Esse
procedimento, seguindo as melhores práticas contábeis, foi auditado e
aprovado por auditorias independentes”, diz a instituição. No entanto,
após análise do CGU, o BC determinou que a Caixa interrompesse a prática
– os R$ 420 milhões serão “devolvidos” no balanço contábil do ano
passado.
“A Caixa assegura que todas as ações que adotou tiveram
como objetivo combater e inibir fraudes cadastrais, evitar danos à
credibilidade da caderneta de poupança e cumprir a normatização
estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional, preservando os interesses
dos depositantes, protegendo os recursos confiados à instituição e
cumprindo os normativos legais pertinentes e a boa prática bancária”,
indica a nota do banco.
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