Dor
Pesquisa de Harvard mostrou que pacientes relataram algum alívio da dor ao ingerir pílulas falsas - mesmo quando sabiam se tratar de placebo
Enxaqueca: Dor diminuiu quando paciente acredita que está recebendo tratamento eficaz, mesmo quando recebe placebo
(Thinkstock)
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PLACEBOO placebo é concebido como algo que imita um tratamento médico, mas não é, de fato, um tratamento verdadeiro — como uma pílula de açúcar, injeções salinas e cirurgias de mentira. Os medicamentos placebos geralmente têm o mesmo formato, cheiro, cor e apresentação do remédio de verdade. Embora os placebos não tenham ingredientes ativos, pesquisas sugerem que eles podem aliviar sintomas de determinadas condições médicas.
O novo efeito placebo
Efeitos — Na nova pesquisa, a equipe comparou o efeito de remédios e placebo em diversos ataques de enxaquecas sofridos por 66 pacientes – ao todo, foram 450 crises ao logo do estudo.
Inicialmente, os pacientes não receberam nenhum tratamento para controlar a enxaqueca. Eles relataram as dores que sentiam 30 minutos e 2h30 após o início da crise. Nos episódios seguintes de crise, os participantes foram submetidos a um entre quatro procedimentos: receberam um medicamento contra enxaqueca sabendo que estavam tomando um remédio; receberam o medicamento pensando que fosse um placebo; tomaram um placebo pensando que fosse um remédio; e tomaram um placebo sabendo que era placebo.
O alívio da dor mostrou-se maior entre os pacientes que foram informados estar tomando uma droga de verdade, em comparação aos que achavam que fosse placebo – embora o medicamento fosse real. Além disso, a melhora nos sintomas foi igual tanto quando os participantes tomaram o remédio achando que fosse placebo, quanto nos casos em que receberam placebo pensando que fosse uma droga ativa. "Isso demonstra que o placebo é um parceiro não reconhecido de remédios potentes", diz Ted Kaptchuk, diretor do Programa em Estudos do Placebo e Encontro Terapêutico, onde o estudo foi feito.
Descoberto primeiro gene vinculado à enxaqueca
A pesquisa também observou que os pacientes que receberam placebo, mesmo quando sabiam o que estavam tomando, relaram um maior alívio da dor em comparação àqueles que não foram submetidos a nenhum tipo de terapia. "Contrariando a sabedoria convencional de que o tratamento funciona porque os pacientes acreditam receber uma medicação ativa, nossos achados reforçam a ideia de que o tratamento com placebo aberto (quando os pacientes sabem) também pode ter um benefício terapêutico", escreveram os autores no artigo.
O Programa em Estudos do Placedo e Encontro Terapêutico pertence ao Centro Médico Beth Israel Deaconess, filiado à Faculdade de Medicina de Harvard, em Boston, nos Estados Unidos. Criado em 2011, o programa é o primeiro dedicado a pesquisar os efeitos do placebo de uma forma interdisciplinar, envolvendo diversas áreas da ciência.
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