Os 7 erros do protetor solar
Dermatologista cita os principais equívocos na hora de escolher e de usar o filtro
Na última década, os médicos – e
especial os dermatologistas – têm batido insistentemente nessa tecla e o
resultado de tantas campanhas de conscientização sobre os efeitos
nocivos do excesso de sol à pele ainda não surtiu o efeito desejado.
“É impressionante a quantidade de
gente que ainda não usa ou usa errado o protetor solar”, diz a
dermatologista Daniela Landim, de São Paulo.
Para esclarecer os incautos, a especialista listou ao iG os sete erros mais comuns na hora de passar o protetor solar. Confira.
1. Usar
filtro solar só na praia ou na piscina: “Tem de passar todos os dias,
pela manhã, especialmente nas áreas que ficam mais expostas, como rosto,
pescoço, colo, e braços” insiste a médica. Segundo ela, não tem
problema algum passar o protetor solar e colocar a maquiagem por cima.
“É tudo uma questão de escolher os produtos certos para o seu tipo de
pele”.
2. Usar
protetor solar para o outro tipo de pele: Quem faz isso está sujeito a
problemas como ressecamento, espinhas e cravos. Portanto, é preciso
prestar atenção ao veículo que carrega as substâncias químicas que atuam
na pele protegendo-a do sol. “Pele seca pede cremes e loções. Quem tem
pele oleosa deve-se usar o filtro em forma de gel e loções oil-free. Já
as peles normais ou mistas se adaptam bem aos fluidos, geis-creme e
loções oil-free”, ensina a especialista.
4. Passar
o protetor já estando sob o sol: “Deve-se aplicar o filtro solar de 15 a
30 minutos antes da exposição, para que a pele absorva o produto e para
que se tenha o efeito químico de proteção desejado”. E se esqueceu de
passar e já está a caminho da praia ou da piscina? Hoje existem produtos
de ação imediata, informa a especialista, mas mesmo assim o ideal é
passar esses produtos na sombra, um pouco antes de ir para o sol.
5. Usar
apenas maquiagem com filtro solar: É um erro muito comum, pois hoje em
dia a maior parte dos produtos de beleza vem com filtro solar. O
problema, explica a médica, é que a maquiagem nem sempre cobre toda a
extensão da área que precisa ser protegida. “No intuito de realçar
algumas áreas e esconder outras, a maquiagem nunca cobre o rosto todo e
algumas áreas ficam expostas ao sol”.
6. Usar
protetor solar vencido: Quem quer lançar mão daquele restinho de filtro
solar que sobrou no armário do banheiro desde as últimas férias precisa
ficar atento ao prazo de validade do produto. “Além de oferecer uma
proteção falha ou totalmente ineficaz, filtro solar vencido pode gerar
desde o aparecimento de irritações na pele e até uma forte reação
alérgica”, diz Daniela.
7. Praticar
esportes sem protetor específico para isso: sim, quem sua muito durante
a prática de esportes precisa usar bloqueador solar contendo dióxido de
titânio e óxido de zinco. “Essas substâncias formam uma espécie de
filme, uma barreira física além da barreira química normalmente
fornecida pelo filtro normal”, explica a médica. Quem usa filtro solar
comum ao praticar esportes, acaba perdendo toda a proteção junto com o
suor que escorre da pele.
Filtro solar que protege e trata
Produtos evoluem e agora também previnem ação de radicais livres
A linha Ansolar, da Stiefel, com FPS
30, 60 ou 70, traz na fórmula uma combinação de agentes antioxidantes,
entre eles o Alistin, que previne a ação de radicais livres. Disponível
em diferentes apresentações, a versão gel-creme merece destaque por vir
em cápsulas individuais para aplicação tópica. Entre os lançamentos para
o verão 2011, a La Roche-Posay apresenta o Anthelios XL Fluide
Mexoplex. Com FPS 60, a ação antioxidante é reforçada por ingredientes
como a água termal e Senna Alata – uma planta tropical que desenvolveu
um sistema de autodefesa por viver em ambiente ensolarado. Mais
novidade: a linha da Eucerin, lançada no Brasil pelo Aché Laboratórios,
tem tecnologia 3D. Os produtos oferecem proteção física, química e
biológica e contam com Licochalcona A na fórmula, poderoso agente
antienvelhecimento.
Mas como escolher o protetor solar
ideal? A Dra. Mariane Shono, da Clínica de Dermatologia do Dr. Nuno
Osório, dá algumas dicas. Segundo ela, devem ser considerados fatores
como: tipo de pele, área a ser aplicado (rosto ou corpo), objetivo (uso
diário ou para prática de esportes), e a possível existência de doenças
de pele, que são agravadas ou desencadeadas pela luz solar. Nesse caso, o
fator deve ser maior.
Adriana Leite, dermatologista e colunista do Delas, recomenda o uso do filtro solar 30 diariamente. Na praia, o cuidado deve ser redobrado. Quanto mais clara e sensível for a pele, maior deve ser a potência do produto. A dermatologista Adriana Vilarinho frisa: “O ideal são os que têm ação UVA/UVB e que façam ação de bloqueadores também”. É que os protetores atuam de duas maneiras: com filtros químicos e físicos, esse último tipo possui partículas opacas na composição que formam uma barreira física para bloquear os raios solares.
Para aqueles que reclamam do aspecto esbranquiçado que os protetores deixam na pele, a doutora aconselha as versões tonalizadas, que colorem suavemente e podem ser enriquecidos com vitaminas.
Adriana Leite, dermatologista e colunista do Delas, recomenda o uso do filtro solar 30 diariamente. Na praia, o cuidado deve ser redobrado. Quanto mais clara e sensível for a pele, maior deve ser a potência do produto. A dermatologista Adriana Vilarinho frisa: “O ideal são os que têm ação UVA/UVB e que façam ação de bloqueadores também”. É que os protetores atuam de duas maneiras: com filtros químicos e físicos, esse último tipo possui partículas opacas na composição que formam uma barreira física para bloquear os raios solares.
Para aqueles que reclamam do aspecto esbranquiçado que os protetores deixam na pele, a doutora aconselha as versões tonalizadas, que colorem suavemente e podem ser enriquecidos com vitaminas.
Siga essas dicas:
- O correto é aplicar 2 miligramas
(uma colher de chá) de filtro solar por centímetro quadrado de corpo.
Calcula-se que, para uma pessoa de porte médio, são necessárias nove
porções de filtro distribuídas pelo corpo. Aplique uma porção em cada
uma das seguintes regiões: face e pescoço, barriga e peito, braço e
ombro direto, braço e ombro esquerdo e costas. Duas porções para perna e
pé esquerdo, e a mesma quantidade para perna e pé direito.
- Protetores “resiste à água” e “à
prova d’água”? O produto “resistente à água” é capaz de resistir a 40
minutos de imersão em água, enquanto os à prova d’água resistem a 80
minutos de imersão em água. Isso significa que o FPS do produto se
mantém inalterado por esses períodos de imersão em água ou atividade
física moderada.
- Fique de olho na embalagem, pois os
bons protetores levam o selo da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
Prefira um produto resistente à água e confira se ele protege também
contra os raios UVA. O fator de proteção UVA deve ser um terço da
proteção UVB (aquele que vem gravado na embalagem), por exemplo: um
protetor solar 30 deve ter fator de proteção 10, pelo menos. Por isso,
leia o rótulo com atenção.
- O FPS alto (maior do que 50) é
indicado para pessoas com dermatoses desencadeadas pelo sol e para
pessoas que se submeteram a algum procedimento mais agressivo, como
peeling, laser ou uso de ácidos na pele. Crianças também precisam de um
alto nível de proteção, para isso, utilize protetor solar a partir de
FPS 40 e complemente com outros recursos, como bonés e camisetas.
- Na praia, aplique o protetor solar
de 15 minutos a 30 minutos antes da exposição solar. Reaplique a cada
duas horas ou após transpiração excessiva ou mergulho na água.
- Os sprays são indicados para pessoas que sentem dificuldade na aplicação em áreas de difícil acesso, como costas, por exemplo.
Protetor solar na gravidez: tem risco?
Pesquisa sugere que algumas substâncias do produto são absorvidas pelo organismo e expelidas no leite materno
A descoberta revela que bebês estão sendo expostos a composições
químicas com potencial tóxico. “Cérebro, órgãos sexuais, pulmões e
inúmeras glândulas estão em formação nestas crianças, ainda muito novas.
Não se sabe o que essa contaminação pode causar”, alerta o
cosmetologista Maurício Pupo, consultor em desenvolvimento cosmético.
A taxa de contaminação das lactantes não é pequena. No estudo suíço,
realizado com 54 mulheres na Universidade de Zurique, 85,2% das amostras
de leite materno tinham algum resquício de protetor solar.
“O que chamamos de protetor solar é, na verdade, uma combinação de 20 a
30 substâncias químicas diferentes na formulação. Algumas requerem
atenção”, adverte o especialista.
Existem três substâncias que são particularmente problemáticas:
4-metilbenzilideno cânfora (4-MBC), 3-benzilideno cânfora (3-BC) e
octocrileno (OC). Elas são chamadas de poluentes orgânicos persistentes
(POPs), que podem permanecer acumulados nos tecidos gordurosos de
organismos vivos, dentre eles os seres humanos.
“Essas substâncias estão presentes em cerca de 30% dos protetores
comercializados no País”, afirma Pupo. E como os protetores são produtos
cosméticos, na classificação da Anvisa, todos podem ser vendidos
livremente, sem qualquer receita.
Danos à reprodução
O cosmetologista cita estudos mais antigos, nos quais ficou comprovado
que as substâncias 4-MBC e 3-BC afetam o sistema reprodutor de animais.
“Elas podem desequilibrar o comportamento sexual feminino, alterar o
tamanho da próstata e causar alguns desequilíbrios endocrinológicos”,
aponta o especialista. “Em ratos, o crescimento ficou mais lento e a
puberdade, postergada”, acrescenta.
Isso acontece, explica Pupo, porque os POPs agem sobre os mesmos
receptores do estrógeno, o hormônio feminino. “O organismo pode se
confundir”, afirma.
Estes efeitos danosos foram comprovados em animais, não em humanos. “Os
protetores são amplamente usados no Brasil e não há relatos de
complicações por seu uso”, pondera o dermatologista Sérgio Schalka,
tesoureiro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD-SP).
Como prevenir
Na dúvida, o cosmetologista recomenda evitar os protetores com as
substâncias suspeitas. “Sei que os nomes são complicados para decorar,
mas pessoas alérgicas são obrigadas a andar com listas enormes de
substâncias que não podem usar”, comenta Pupo.
Ele recomenda algo parecido às grávidas e lactantes. “Anote o nome das
substâncias e solicite ao farmacêutico um protetor solar livre delas”,
orienta.
Quanto usar
Tendo em mãos um protetor solar adequado para gestantes e lactantes, a
mulher deve ter cuidado para usá-lo corretamente. O ideal é aplicar
cerca de 30 minutos antes da exposição ao sol, embora algumas marcas já
tenham fórmulas mais modernas, com absorção quase imediata.
Cerca de seis colheres de chá são suficientes para o corpo. Elas devem
ser espalhadas de maneira homogênea e reaplicadas a cada duas horas. Se a
pessoa passar menos protetor, o efeito dele passa a ser menor. Banhos
de mar ou de piscina prolongados, com mais de 30 minutos, aceleram
bastante a eliminação do protetor.
Nenhum comentário:
Postar um comentário