Com um passarinho preso nas suas mãos, aproximou-se dele e perguntou:
- Tenho um pássaro entre as mãos. O senhor sabe se ele está vivo ou se está morto?
Obviamente a pergunta era maldosa, pois se o sábio respondesse que o
pássaro estava vivo, o menino pretendia esmagá-lo; se respondesse que
morto, abriria suas mãos e o deixaria voar.
Contudo, a esperteza do menino sequer desconfiou da extensão dos
horizontes da sabedoria, ficando perplexo ante a resposta do venerável
homem.
- Isso depende apenas de você, meu filho. Na vida nem sempre é possível
escolher as situações pelas quais passamos. O contingente é uma
constante, e uma constante inevitável. Entretanto, sempre é possível
escolher o modo, o como viveremos essas situações, é aí que reside a
nossa liberdade, a única que podemos verdadeiramente exercer.
Fazer a paz ou fazer a guerra no nosso dia-a-dia, dentro de nosso lar,
com o nosso vizinho, com o colega de trabalho ou estudos, com o nosso
próximo na rua, no ônibus ou numa reunião de amigos, depende da nossa
escolha. É como se a própria sabedoria encarnada na vida estivesse nos
dizendo a todo instante:
- Isso depende apenas de você, meu filho.
(Estória contada pelo Swami Tilak, em sua visita ao Brasil em 1983 e publicada na Revista Thot, n. 53, 1990)
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