Yannik D´Elboux
Do UOL, em São Paulo
Do UOL, em São Paulo
- Lumi Mae/UOLUse o campo de comentários desta página para dar sua opinião: por que uma mulher finge orgasmo?
"Muitas vezes, a mulher finge para agradar o homem, para mostrar que ele foi o protagonista da relação. Em alguns casos, ela prefere fingir a falar que não tem desejo pelo parceiro ou que não gosta de sua performance", diz a ginecologista Tânia das Graças Mauadie Santana, coordenadora do Cresex (Centro de Referência e Especialização em Sexologia) do Hospital Pérola Byington, em São Paulo (SP).
Um estudo feito pela Universidade do Kansas, nos Estados Unidos, apontou que 68% das mulheres já simularam o clímax. A pressão para chegar ao orgasmo logo, já que o do parceiro era iminente, e o desejo de não ferir os sentimentos do outro foram as razões mais citadas pelas entrevistadas.
A psicanalista e escritora Regina Navarro Lins perguntou em seu blog, no UOL, a opinião de internautas para a seguinte questão: muitas mulheres fingem orgasmo? 91% dos mais de 6.000 participantes responderam "sim".
"Na fase mais madura, o que importa na relação é a gratificação, independentemente se existe orgasmo ou não".
Só existe um orgasmo
Mesmo com tantas informações disponíveis, ainda é comum que homens e mulheres persigam alguns mitos sexuais, que dificultam a experiência plena do prazer e também estão por trás das representações na cama. Um deles é de que existe dois tipos de orgasmo, o clitoridiano e o vaginal. Os especialistas são unânimes em dizer que o orgasmo é único, o que muda é o ponto de estímulo."Elas colocam na cabeça que têm que ter orgasmo com o pênis dentro da vagina. Isso é um mito. Pensam que para ser normal é preciso chegar ao orgasmo assim. Sexo vai muito além da penetração", afirma Tânia Santana.
Para não decepcionar os parceiros ou por desconhecimento do próprio corpo, algumas acabam fingindo e o ciclo de desinformação se perpetua.
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Por
mais que o comportamento humano mude e evolua, alguns mitos são
perpetuados através das gerações. Quando o assunto é sexo, então, não é
nada difícil que um conceito da época da sua avó volta e meia seja
citado por alguém como verdade incontestável. Falta de informação,
preconceito e dificuldade para abordar o tema são alguns dos fatores que
ainda mantêm vivas algumas crenças equivocadas. Veja, a seguir, alguns
exemplos. Por Heloísa Noronha, do UOL, em São Paulo (com colaboração de
Thais Carvalho Diniz) Didi Cunha/UOL
O médico explica que é possível aumentar as sensações de prazer no interior da vagina, com exercícios como a "manobra da ponte", em que a manipulação do clitóris e a penetração ocorrem ao mesmo tempo, facilitando depois de algum tempo o orgasmo durante o coito. Entretanto ele afirma que o orgasmo exclusivamente vaginal "não existe", reiterando a ideia de que o orgasmo é um só.
Ser desejada
Fingir prazer também pode ser uma maneira de manter o interesse do outro e a harmonia na relação. "A mulher brasileira tem mais desejo em ser desejada do que em exercer o próprio desejo.Às vezes, se ela não está com tanto tesão, é mais fácil fingir que gozou do que arriscar perder algo que considera mais importante do que gozar", diz a antropóloga e professora da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) Mirian Goldenberg, autora de "Tudo o que Você Não Queria Saber sobre Sexo" (Editora Record).
Para evitar frustrar o parceiro, por cansaço, interesse em outras coisas, baixa libido, por preguiça de discutir a relação, medo que o homem procure outras ou simplesmente falta de vontade naquele momento, muitas seguem com o teatro na cama. Mirian não vê esse comportamento como submissão, apenas como parte da dinâmica sexual.
"O homem faz parte desse jogo. Ele também tem dúvidas [acerca do prazer da parceira], mas faz o jogo. São estratégias que existem dentro do jogo sexual", explica a antropóloga.
Também há uma parcela de mulheres que simula o prazer por não conseguir ou saber como chegar ao orgasmo, com receio da inadequação. "A mulher espera pelo homem. Mas não é ele que dá o orgasmo à mulher, é ela que tem de buscar seu orgasmo", fala a coordenadora do Cresex.
Tânia insiste no velho tripé comunicação, confiança e intimidade para uma vida sexual saudável e satisfatória para ambos os sexos.
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